Saúde Pública • atualizado em 29/06/2023 às 19:11

Pesquisa mostra que obesidade entre brasileiros jovens quase dobrou em um ano

O levantamento ouviu 9 mil brasileiros com 18 anos ou mais, de capitais e cidades do interior das cinco regiões do Brasil
Mais de 17% dos brasileiros com idade entre 18 e 24 tem índice de massa corporal (IMC) igual ou maior que 30, o que configura obesidade. (Foto: reprodução)
Mais de 17% dos brasileiros com idade entre 18 e 24 tem índice de massa corporal (IMC) igual ou maior que 30, o que configura obesidade. (Foto: reprodução)

Um estudo mostrou que a obesidade entre brasileiros jovens quase dobrou em um ano. Isso por que, em 2022, 9% de que tinha idade entre 18 e 24 anos tinham índice de massa corporal (IMC) igual ou maior que 30, o que configura obesidade. Já em 2023, esse percentual saltou para 17,1% – um aumento de 90%.

Os dados fazem parte do Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia (Covitel), desenvolvido pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) em parceria com a organização global de saúde pública Vital Strategies.

Os números mostram que, nessa mesma faixa etária, 31,6% dos jovens já receberam diagnóstico médico de ansiedade e 32,6% relatam episódio de consumo abusivo de álcool (quatro doses ou mais para as jovens e cinco doses ou mais para jovens em uma mesma ocasião) nos 30 dias antes da entrevista.

O grupo é também o que menos consome frutas, verduras e legumes de maneira regular – apenas 33,5% e 39,2%, respectivamente, incluem esses alimentos na dieta cinco vezes ou mais na semana.

Já o consumo de refrigerantes e sucos artificiais, considerado um marcador de alimentação não saudável, também se destaca nessa faixa etária – 24,3% dos jovens acusaram consumo frequente (cinco vezes ou mais na semana).

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Além disso, apenas 36,9% deles praticam os 150 minutos semanais de atividade física recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e, ao mesmo tempo, lideram o chamado tempo de tela, com 76,1% utilizando dispositivos como celulares, tablets ou televisão por três horas ou mais por dia para lazer.

O sono na população com 18 a 24 anos, de acordo com a pesquisa, também está comprometido, com apenas 54,2% deles dormindo a quantidade de horas recomendadas para a idade (de sete a nove horas por dia, de acordo com a National Sleep Foundation).

A falta de sono pode impactar em alguns quadros crônicos – 8,2% desses jovens já tiveram diagnóstico médico de hipertensão arterial, enquanto 14,1% da população nessa faixa etária já recebeu diagnóstico médico de depressão.

O levantamento ouviu 9 mil brasileiros com 18 anos ou mais, de capitais e cidades do interior das cinco regiões do Brasil, por telefone (fixo e celular), entre janeiro e abril de 2023.

Apesar do estudo, o médico nutrólogo e intensivista, José Israel Sanchez Robles, afirma que não é possível apenas considerar o IMC como medida para diagnosticar obesidade. “Pessoas com alto índice de massa no corpo têm maior risco de doenças crônicas, incluindo doenças cardíacas, pressão alta, colesterol alto, diabetes tipo 2 e pelo menos 13 tipos de câncer, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA. Porém, também acaba agrupando indivíduos e dividindo pessoas ou sendo dispensáveis”, pontua, exemplificando em casos onde uma pessoa é muito pesada por ser muito musculosa. “Neste caso, o IMC não ajuda”.

Com informações da Agência Brasil


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