30 de novembro de 2023
Saúde • atualizado em 06/06/2023 às 13:13

Médico explica importância do IMC e quando cálculo de volume do corpo é necessário

Foto: reprodução
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Índice de massa corpórea ajuda a entender desenvolvimento de doenças, mas também formou estigmas na sociedade

Desde cedo, nas escolas do Brasil, as crianças são ensinadas a calcular o IMC (Índice de Massa Corpórea) para entender a importância desse método na saúde. Afinal, há quase 200 anos essa fórmula ajuda pesquisadores a entenderem a relação entre a massa de pessoas e o desenvolvimento de doenças e condições crônicas. De uma forma ampla, para a sociedade, o resultado que esse mecanismo traz funciona, mas de uma perspectiva mais pessoal, acaba ajudando a criar estigmas sobre pessoas abaixo ou acima do peso, ou serem completamente desnecessários.

Quem explica é o médico nutrólogo e intensivista, José Israel Sanchez Robles ao citar pesquisas e situações relacionadas ao IMC. “Pessoas com alto índice de massa no corpo têm maior risco de doenças crônicas, incluindo doenças cardíacas, pressão alta, colesterol alto, diabetes tipo 2 e pelo menos 13 tipos de câncer, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA. Porém, também acaba agrupando indivíduos e dividindo pessoas ou sendo dispensáveis”, pontua, exemplificando em casos onde uma pessoa é muito pesada por ser muito musculosa. “Neste caso, o IMC não ajuda”.

José Israel lembra que músculo e osso pesam mais do que gordura e ocupam “menos espaço”. “Além disso, no caso das mulheres, ter um pouco mais de gordura do corpo em relação aos homens também é normal”.

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O resultado, conforme definido atualmente, é separado, normalmente, em três faixas: abaixo, no ideal ou acima. Um IMC entre 18,5 e 24,9 é um peso saudável, entre 25 e 29,5 é sobrepeso, entre 30 e 34,9 é obeso, entre 35 e 39,5 é obesidade de classe 2 e qualquer coisa acima de 40 é “grave” ou obesidade de classe 3, que costumava ser chamado de obesidade mórbida. As pessoas são consideradas abaixo do peso se seu IMC for inferior a 18,5.

“Se você for uma pessoa que não se alimenta bem e não se exercita, fez o cálculo e está abaixo de 18,5 ou acima 25, é importante que procure um médico, faça exames, e se atente à sua condição. Não que esta pessoa estará automaticamente doente, mas pode vir a desenvolver doenças ou condições futuras que prejudiquem a saúde”, reforça José Israel.

O especialista porém, ressalta que “peso não é saúde”, e que magreza ou gorduras extremas não querem dizer que a pessoa é doente, mesmo que seja necessário um acompanhamento médico para evitar o pior, assim como quem tem um IMC entre 18,5 e 25 não está imune a doenças como problemas cardíacos, diabetes e outras com ou sem fatores genéticos.

O médico assegura, em contraponto ao IMC, que há uma maneira bem simples de analisar o sobrepeso “não saudável” em adultos. “Basta medir a circunferência da cintura. Os homens precisam ter uma medida inferior a 101 cm e as mulheres devem ter menos de 89, se for acima disso, há a probabilidade de haver gordura intra-abdominal e isso torna mais provável o surgimento de complicações de saúde”, conclui José Israel.


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