O percentual de famílias endividadas no Brasil atingiu 78,8% em maio deste ano, de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em abril, a taxa era de 78,5%, enquanto em maio de 2023, a proporção de endividados era de 78,3%. Esse cenário alarmante é impulsionado principalmente pelo consumo excessivo de cartões de crédito
A professora do curso de Administração da Estácio, Mayanna Marinho, destaca a necessidade urgente de repensar os hábitos de consumo e a gestão financeira familiar. “O brasileiro tem o hábito de parcelar suas compras e raramente paga à vista. Embora o ideal fosse pagar tudo à vista, a realidade financeira não permite isso. Portanto, o primeiro passo é avaliar o valor das parcelas que cabem no orçamento mensal” explica a professora.
Ela enfatiza que, se a parcela não cabe no orçamento, é preciso parar de consumir itens supérfluos e evitar usar o cartão de crédito para despesas diárias que deveriam ser pagas com a receita do dia. “O uso excessivo do cartão de crédito geralmente está ligado ao consumo de coisas supérfluas ou à falta de dinheiro para pagar contas mensais,” observa Mayanna.
Mayanna também destaca a importância do planejamento financeiro familiar. “O orçamento familiar deve ser feito em conjunto, com a participação de todos os membros da família. É necessário mapear todas as despesas, como aluguel, contas de luz, água, condomínio, comida e internet, para entender quanto se consome em cada área e quanto pode ser destinado a lazer e outras despesas extras “, aconselha.
Para aqueles já endividados, especialmente no cartão de crédito, Mayanna recomenda evitar pagar apenas o valor mínimo da fatura. “Isso cria uma bola de neve de juros sobre juros. É essencial negociar com os credores e cortar o uso do cartão até que a dívida seja liquidada. Mantenha o foco em pagar o que está comprometido e reorganize todo o consumo para conseguir saldar as dívidas” orienta.
Leia Também
As armadilhas do cartão de crédito, como limites de consumo altos e a possibilidade de parcelamento em muitas vezes, são atraentes, mas perigosas. “O cartão de crédito pode oferecer uma sensação enganosa de capacidade de compra, levando as pessoas a adquirirem bens mais caros do que realmente podem pagar,” adverte Mayanna.