O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), classificou como oferecimento de “vantagem indevida” o convite feito ao ex-assessor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde coronel Marcelo Blanco para assumir uma função da empresa VTCLog, que mantém contratos com o governo federal e está na mira da CPI. Em depoimento à comissão, Blanco afirmou ter recebido a oferta enquanto estava no Ministério da Saúde pelo General Roberto Severo Ramos, que seria consultor da empresa. “Ele convidou dizendo que, dentro do trabalho da empresa, iria abrir um braço da operação no Galeão”, disse Blanco.
Para Aziz, apesar de o coronel não ter aceitado o convite, houve um “oferecimento de vantagem indevida” por parte do general, que já foi da Secretaria-Geral da Presidência.
“Foi no fim do ano passado, quando ele era funcionário (do Ministério da Saúde), até porque o Severo ‘diz quando você sair’ Então ele é convidado quando ainda tinha função dentro do Ministério da Saúde, mas Severo se antecipa e faz um convite a um servidor público, ‘quando sair, você tem cargo no Galeão’. Essa é uma questão grave, é oferecer vantagens indevidas, que isso é uma vantagem indevida, para um servidor público, que trabalha na logística do Ministério da Saúde”, disse Aziz, que suspendeu há pouco a sessão para um intervalo de 30 minutos.
Blanco também afirmou que não tem conhecimento do motivo pelo qual foi exonerado do Ministério da Saúde. Ele não está na pasta desde janeiro. “Não, não tenho conhecimento, também não busquei saber”, disse o coronel, que respondeu ainda nunca ter visto o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), dentro do Ministério da Saúde.
Por Amanda Pupo, Matheus de Souza e Daniel Weterman – Estadão conteúdo
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