Destaques • atualizado em 11/06/2017 às 22:43

Multa milionária do Carrefour vai para galpões de cooperativa de catadores

Promotor Juliano Barros assinou termo de doação para a UNIFORTE
Promotor Juliano Barros assinou termo de doação para a UNIFORTE

O Ministério Público de Goiás firmou um termo de compromisso com a Central das Cooperativas de Trabalho dos Catadores de Materiais Recicláveis Unidos Somos Mais Fortes (Uniforte), integrante do Programa Goiânia Coleta Seletiva, visando à destinação de mais de R$ 4 milhões de uma multa aplicada ao Hipermercado Carrefour para custeio do projeto da construção de quatro galpões para triagem de resíduos recicláveis.

LEIA SOBRE MEIO AMBIENTE:

Primeiros passos para implantação do Parque da Serrinha

Como fazer inscrição nos cursos profissionalizantes da Educação de Goiás?

Parque da Chapada dos Veadeiros terá ampliação de mais 90 mil hectares

Leia Também

Finalizando a Semana do Meio Ambiente, assinaram o documento o promotor Juliano de Barros Araújo, titular da 15ª Promotoria de Justiça de Goiânia, e Dulce Helena do Vale, presidente da Uniforte. Estiveram presentes na assinatura do documento o professor Fernando Bartholo, integrante do projeto de incubadora social Catasol da UFG, e Jorge Moreira.

O valor destinado ao fomento e apoio institucional das cooperativas é fruto da execução de um termo de ajuste de conduta firmado pela 15ª Promotoria de Justiça com o Hipermercado Carrefour, em 2003.

Na ocasião, a empresa reconheceu que havia promovido o aterramento, edificado sobre área de preservação permanente (APP) às margens do Córrego Cascavel, e, ainda, iniciado a instalação de um posto de abastecimento de combustível sem o devido licenciamento ambiental expedido pelo órgão competente na construção de uma unidade. Assim, comprometeu-se a obrigações de fazer visando à recuperação ambiental da área degradada.

Como houve descumprimento parcial das obrigações assumidas na forma e nos prazos estabelecidos, o TAC foi executado. O valor da multa atualizado corresponde ao montante de R$ 6.272.860,90, conforme planilha elaborada pela perícia contábil do Ministério Público. Assim, o Carrefour elaborou novo Plano de Recuperação de Área Degradada (Prad), bem como procurou a 15ª Promotoria de Justiça com o intuito de buscar uma composição amigável para o litígio. O valor restante da multa aplicada será recolhido ao Fundo Municipal do Meio Ambiente.

Compromissos
A proposta de construção dos galpões seguirá um projeto sustentável e ecologicamente correto, cumprindo todas as etapas de licenciamento. De acordo com Dulce do Vale, trata-se de um pontapé inicial para a melhor estruturação das cooperativas de catadores de Goiânia, tendo em vista o pouco investimento do poder público para o setor.

“É uma vitória para os catadores, pois teremos galpões bem estruturados e totalmente equipados, o que possibilitará não somente melhores condições de trabalho, como trará visibilidade ao catador e possibilidade de mais parcerias”, afirmou.

No compromisso firmado, a Central das Cooperativas compromete-se a apresentar mensalmente, perante a 15ª Promotoria de Justiça, a prestação de contas dos recursos recebidos, provenientes da composição civil realizada com o Carrefour.

Este acompanhamento será feito nos autos do Procedimento Administrativo nº 584/2017, instaurado para este acompanhamento, cuja comprovação de gastos deverá ser acompanhada de documentos fiscais que lhe dão suporte. Além disso, a Central deverá, ainda, apresentar perante promotoria relatório circunstanciado sobre o andamento da obra de construção dos galpões.

Entre as condições estabelecidas para o recebimento, a Central deverá preencher os alguns requisitos mínimos como comprovar anualmente que possui, no mínimo, 20 cooperados regularmente inscritos e em atividade; comprovar documentalmente a prática de rateio da renda entre os cooperados, conforme Estatuto e Regimento Interno; comprovar documentalmente a apresentação e aprovação mensal das prestações de contas perante os cooperados e outros órgãos externos, caso haja exigência, além de comprovar documentalmente que estão regularmente recebendo materiais por parte da Comurg.

Também constou no termo que é vedada a venda, doação, a colocação como garantia de dívidas, ou qualquer outra forma de alienação dos bens, equipamentos, serviços e recursos financeiros recebidos em doação.

Além disso, caso fique constatado que os bens, serviços e recursos financeiros estejam sendo empregados de forma diferente ao que está estabelecido no acordo, eles serão arrecadados e devolvidos ao grupo de trabalho, para a relocação para outras cooperativas. Foi ainda vedada a utilização dos recursos financeiros recebidos para o pagamento de verba de pessoal e ou o rateio entre os cooperados. Confira aqui a íntegra do termo de compromisso.


Leia mais sobre: / / / / / Destaques / Meio Ambiente

Recomendado Para Você