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Setor Oeste passa por nova onda de verticalização

Quase cinco décadas após a construção dos primeiros prédios no Setor Oeste, o bairro vê hoje projetos imobiliários cada vez mais arrojados e dotados de tecnologias de última geração. São projetos arquitetônicos e paisagísticos que colocam o tradicional Setor Oeste em harmonia com a modernidade e o estilo de vida urbano do século 21. Tudo isso sem perder o ar bucólico da região, onde transitam, além dos moradores, as pessoas que visitam o Lago das Rosas e o Zoológico de Goiânia, dois importantes cartões postais da capital.

O bairro histórico que começou a ser urbanizado nos anos 1950, teve seu ápice de crescimento e verticalização até os anos 1980.  Depois disso, cedeu esse protagonismo para outros bairros que estavam em desenvolvimento, como o Bueno e, mais recentemente, o Jardim Goiás e o Marista. Mas agora volta a estrelar.

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A partir dos anos 2000, os lançamentos no bairro recomeçaram, mostram dados da Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Habitação – Seplanh. Desde então, o bairro recebeu 89 projetos a partir dos anos 2000, são quase cinco a cada ano. Pesquisa da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO) com o instituto de pesquisa Brain, revelam que o bairro é o terceiro em prédios com quase 8% das ofertas da capital. 

Amor pelo bairro

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“Carregado de afetividade, o Setor Oeste tem uma demanda interessante de filhos, às vezes netos de pessoas que sempre moraram ali. Agora, já adultos, eles querem voltar ao bairro e, ao mesmo tempo, ver o Setor Oeste atualizado, inclusive com estabelecimentos comerciais novos”, diz o arquiteto e urbanista Victor Tomé, que desenvolve lançamentos para o bairro. Dados da pesquisa Ademi/Brain apontam para o potencial econômico da  população que vive no bairro, uma renda familiar média de R$ 12.370, a sexta maior da capital.

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O arquiteto observa que os investimentos do setor imobiliário no bairro trazem não apenas a requalificação estética do bairro, com as fachadas modernas, mas estão promovendo também uma adequação funcional ao implantar imóveis mais atualizados, que certamente repercutirá na atratividade do bairro.

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É que, apesar de ser o quarto bairro mais populoso da capital e manter uma população de alto poder aquisitivo, o Setor Oeste estabilizou sua população entre as décadas de 1990 e 2010. Segundo dados da prefeitura de Goiânia e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), neste período, ele permaneceu com 26 mil moradores, ao passo que setores, como o Bueno, tiveram um crescimento populacional de 25 mil para quase 40 mil habitantes no mesmo período.

Nesse período, explica a socióloga e professora da disciplina “Estudos Sociais para a Cidade” no curso de arquitetura da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Solange Rassi, muitos imóveis residenciais se tornaram comerciais, em razão da demanda por segurança. “A predominância das casas passou a  ser comercial e de serviço”, diz.

Novo perfil

Os próprios lançamentos imobiliários que começaram a acontecer no início dos anos 2000 eram, em sua maioria, comerciais. Apenas cerca de 15% foram residenciais, informam os dados da Seplanh.  “A população mudou-se para regiões mais novas, onde havia mais oferta de lançamentos, e o Setor Oeste começou a entrar em um movimento de ostracismo. Apesar de manter uma forte tradição e manter uma rede consolidada de comércio e serviços, ele deixou de sediar muitas escolas, restaurantes, lojas e serviços que acabaram seguindo a rota de migração da população”, diz Victor Tomé. 

Agora, os lançamentos no bairro voltam-se para o perfil residencial. Com a nova onda de verticalização, o bairro está interrompendo esse processo, considera o arquiteto. “Com esses novos empreendimentos, os comerciantes se veem mais encorajados a investir no bairro até mesmo para suprir as necessidades desse público mais jovem, de novas pessoas e novas famílias que vão se mudando para os condomínios verticais. É um círculo virtuoso”, sintetiza.

Mais do que construir prédios, o setor imobiliário contribuiu inclusive com a revitalização da equipamentos públicos, a exemplo da Praça do Sol em 2016, custeada pelas construtoras que estavam investindo em seu entorno. Foi nesse retrofit que a Praça do Sol ganhou o agora famoso monumento com os dizeres ‘Eu amo Goiânia’. 

Demandas atuais

Tomadas USB,  vagas de garagem para carregar carros elétricos, arquitetura de segurança, plantas com mais ventilação e iluminação naturais são alguns exemplos de mudanças nos imóveis mais atuais.

Um dos lançamentos que o bairro recebeu está na Rua 12 com a Avenida Portugal, o Reserva Newest, da Brasal Incorporações. O empreendimento  de alto padrão oferecerá apartamentos de 185m² e 221m², com opção de três e quatro suítes, além de quatro penthouses de 434m².

Além do projeto moderno, com lazer, automação, segurança e novas tecnologias para auxiliar na gestão do condomínio, o edifício também estará sintonizado com as questões de mobilidade urbana. O edifício será entregue aos moradores com uma scooter elétrica e carro elétrico para ser compartilhado com os moradores – haverá também uma vaga verde para carregamento dos veículos.

A incorporadora realizou uma pesquisa com o foco nos clientes, observando quais eram os seus anseios e entre as conclusões mais atenuantes, identificou a necessidade de fazer uma releitura do clássico para um projeto contemporâneo. Um dos pontos observados foi que os moradores do bairro, ou aqueles que o procuram para morar, prezam por mais espaço.

“Percebemos o amor e o apego do goianiense pelo bairro. Por isso, priorizamos ter uma área no Setor Oeste em nosso land bank justamente por almejar contribuir com a qualidade de vida de quem opta por viver ali, mas deseja um imóvel com planta e projeto atualizados com as necessidades mais atuais”, ressaltou diretor da filial da Brasal Incorporações em Goiânia, Thiago Galvão.

Praça do Sol

Outro lançamento será o Legend Praça do Sol. O condomínio residencial de quase 150 metros de altura propõe com seu projeto arquitetônico de linhas curvas a dar um abraço na Praça da Sol. A ideia, segundo as empresas O.M. Incorporadora e City Soluções Urbanas, responsáveis pelo empreendimento, foi de adotar na fachada linhas curvas horizontais com suas duas extremidades voltadas para a Praça do Sol, local para o qual os futuros moradores terão vista definitiva, até porque o empreendimento fica exatamente em frente à praça, na Rua João de Abreu.

“Nossa intenção é de presentear os moradores dos setores Oeste e Marista com uma verdadeira obra de arte arquitetônica, para deslumbre de quem frequenta e passa pela Praça do Sol”, explica a diretora executiva da O.M. Incorporadora, Ana Flávia Canedo. Ela ressalta que o conceito do residencial, que terá apartamentos de 222 até 360 metros quadrados (m²), incorpora requinte, praticidade, conforto e sofisticação para as pessoas que não abrem mão de morar no Setor Oeste devido a tradição e de todo o conjunto de conveniências disponível no bairro.

Além dos diferenciais da planta, o projeto traz modernidade em tecnologia como segurança com reconhecimento facial de moradores, visitantes e funcionários, desenvolvida exclusivamente para o empreendimento. Cada unidade terá, entre suas vagas de garagem, uma delas preparada com previsão para instalação de ponto de abastecimento de veículos elétricos. O edifício será entregue com gerador de energia com capacidade para atender tanto a área comum quanto as privativas. Os apartamentos virão com tomadas USB, entre outros diferenciais. 

O desafio, para Ana Flávia Canedo, diretora executiva da OM Incorporadora, foi desenvolver um projeto que contemplasse a dois públicos: o mais tradicional, que normalmente é o morador mais antigo, cujo senso estético é mais clássico; e ao mesmo tempo o mais jovem, que são as novas gerações em busca por inovações. “Foi um projeto desafiador, mas conseguimos chegar a essa sinergia e acreditamos que esta será uma contribuição urbana importante para a região e que atenderá às expectativas de quem não abre mão de viver no Setor Oeste”, diz.

João Gabriel Tomé, diretor executivo da City Soluções Urbanas, lembra do empenho das empresas em trazer um projeto à altura de sua localização especial. “Além de todas as comodidades do residencial, o morador terá o privilégio de ganhar mais mobilidade e economia de tempo na hora de seu lazer. No final de cada dia, basta descer o elevador para desfrutar de uma das praças mais especiais de nossa capital”, avalia.

Espaço para adensamento
O arquiteto e conselheiro do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás (CAU-GO) Paulo Renato Alves, explica que a regra do atual plano diretor para construção de edifícios residenciais na cidade é que eles estejam em áreas adensáveis, contempladas por eixos estruturantes, grandes avenidas e ruas coletoras, por exemplo. A construção de prédios altos na capital deve obedecer também o limite de duas quadras lindeiras de distância de grandes avenidas. “E no Setor Oeste temos muitas áreas que atendem esses pré-requisitos”, diz ele. O bairro não faz parte da zona de desaceleração no projeto que está sendo elaborado para a revisão do Plano Diretor e deve continuar recebendo lançamentos imobiliários dada à localização e atributos.

Segundo o conselheiro do CAU-GO, o adensamento urbano em grandes centros populacionais, como ocorre no Setor Oeste com seus condomínios verticais, é interessante para o desenvolvimento da cidade. Isto porque a administração municipal acaba economizando recursos públicos que ela teria que despender para levar toda a infraestrutura a regiões isoladas do município, levando a cidade a ficar espraiada, com bairros localizados a grandes distâncias das regiões centrais, conclui Paulo Renato.

Categorias: Cidades Economia
Altair Tavares: