O secretário de Saúde de Goiânia, Durval Pedroso, afirmou que a situação da taxa de ocupação hospitalar acima de 95% no município é, praticamente, de calamidade. Em entrevista coletiva, realizada na manhã desta segunda-feira (8), o titular da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) explicou sobre a demanda e o tempo de espera por vagas em leitos destinados a pacientes com Covid-19 no município.
Goiânia conta, atualmente, com 254 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) abertos e 161 de enfermaria. No entanto, com o credenciamento de profissionais da saúde, realizado neste final de semana, a SMS anunciou a abertura de cerca de 20 a 30 leitos, nesta tarde, com previsão de disponibilidade já a partir desta terça-feira (9).
De acordo com Durval, a perspectiva de ampliação é de 100 unidades. “Temos uma totalidade de 415 leitos, com a perspectiva de ampliação até mais 100 leitos, sendo 50 de enfermaria e 50 de UTI no HC, a depender da lotação de equipes e da chegada de equipamentos para abertura desses leitos”, declarou.
Com relação à taxa de ocupação dos leitos de UTI, que se encontra em 95,8%, neste momento, Durval afirma que a situação é crítica e caminha para a calamidade. “Lógico que o colapso é evidente. Todas as vezes que nós passamos a taxa de 80%, nós saímos do nosso gatilho de segurança, e todas as vezes que nós ultrapassamos 90%, a situação realmente é crítica e praticamente uma situação de calamidade. Porque esses 10% restantes dos leitos, muitas vezes acontece um bloqueio operacional do leito”, disse.
O sistema público de saúde de Goiânia está sobrecarregado, de acordo com o secretário, que relatou que os pacientes aguardam por um leito atualmente, por um período maior que o registrado há algumas semanas. “No período anterior a 15 dias atrás, o paciente que necessitava de vaga em UTI ou enfermaria, ele dificilmente aguardava mais do que 4 a 6 horas, na unidade de saúde, para que ocorresse a regulação”, explicou. Hoje esse tempo é bem maior, chegando a ultrapassar, às vezes, 12 horas a depender da condição de transporte, por exemplo”, completou.
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Questionado sobre o retorno das atividades no município, Durval afirmou que “o decreto precisa, primeiro, funcionar para depois ser revogado”, para que os casos de fato diminuam. “A partir do momento que nós temos um comércio insistindo em funcionar de forma clandestina, a partir do momento que nós temos pessoas circulando e não atentando-se para as necessidades das diretrizes do distanciamento social e da restrição de mobilidade, esses dados, esses números dificilmente serão atingidos. Porque na hora que você abre mais leitos de UTI, eles são imediatamente ocupados. Então essa taxa de ocupação, ela nunca chega a diminuir nesse sentido”, ponderou o secretário.