Pela primeira vez no ano, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que registra a inflação de Goiânia ficou negativo. O mês de novembro fechou em -0,42%, abaixo da taxa de outubro (0,09%), em função das quedas dos produtos alimentícios, do custo da habitação, dos transportes e da saúde e cuidados pessoais seguindo uma tendência de recuo notada desde agosto.
Com esse resultado, o acumulado do ano foi para 7,17%, taxa aquém da registrada em igual período do ano anterior (12,83%).
Os dados são do Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (IMB), da Secretaria de Gestão e Planejamento (Segplan). Segundo o gerente de Pesquisas Sistemáticas e Especiais, o economista Marcelo Eurico de Sousa, “o recuo do índice no mês de novembro refletiu não só o aumento na oferta de diversos produtos, principalmente alimentícios, mas também a queda na demanda provocada pela menor renda percebida pelas famílias devido a taxa de desemprego”.
Alimentos e a queda na inflação
No mês passado, os alimentos foram os que mais contribuíram para a redução da inflação. Os produtos básicos da mesa do brasileiro, no seu dia-a-dia, como o feijão, que estava em alta por mais de 7 meses, diminuiu 23,11% e o arroz teve recuo de -1,38%.
Também tiveram variações negativas o frango, -2,01%, o leite LV -1,21%, os ovos grandes/extra – 4,47%, o pão francês – 1,89% e o tomate, -9,41%. Na alimentação fora de domicílio ocorreram reajustes nos preços de lanche: sanduíche misto/bauru (0,78%) e o suco de laranja (5,29%), embora o preço da laranja tenha caído 4%.
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No grupo habitação, a queda do índice para -0,76%, foi influenciada pelo recuo nos preços de tarifa de energia elétrica (-2,92%) e do gás de cozinha (-1,29%). Nos transportes, ficaram baratos os preços da gasolina comum (-2,29%), do etanol (-0,69%) e do óleo diesel (-0,32%), além da passagem de ônibus intermunicipal (-11,11%) e da bicicleta (-3,93%).
Já no grupo de saúde e cuidados pessoas foram registrados queda dos preços de medicamentos (-0,45%) com os seguintes produtos: anti-inflamatório e antirreumático (-5,40%), anticoncepcional (-1,56%), exames de laboratório (-1,50%), creme dental (-2,60%) e sabonete (-0,66%).
Produtos com preços em alta
A inflação de novembro foi contrabalanceada pelos grupos de vestuário (0,90%), artigos residenciais (1,11%), despesas pessoais (0,24%) e comunicação (0,18%). Em artigos residenciais houve reajuste nos preços de guarda roupa de solteiro (5,01%), colchão de solteiro (3,11%), jogo de cama de solteiro (5,12%) e conjunto de estofados (1,90%).
No vestuário, ficaram mais caros a camisa masculina (3,96%), camiseta/blusa infantil (2,56%), bermuda e short infantil (3,67%), bijuteria (6,30%) e tênis infantil (3,19%). Em despesas pessoais verificou-se alta no preço de corte de cabelo feminino (4,09%), enquanto no grupo comunicação os preços dos serviços de telefonia celular pós-pago ficaram mais caros em 2,08%. No grupo educação, os preços dos produtos e serviços pesquisados mantiveram-se estáveis.
Dos 205 produtos/serviços pesquisados mensalmente pelo IMB/Segplan, no mês passado, 86 apresentaram elevação, 40 ficaram estáveis e 79 tiveram variação negativa.
Cesta básica em Goiânia
Em novembro, a queda dos preços dos alimentos influenciou também o custo da cesta básica para uma pessoa, em Goiânia. Para adquirir os 12 itens básicos de alimentação, o consumidor que recebe, por mês, um salário mínimo (R$ 880,00) gastou R$ 340,09, valor 2,59% inferior ao registrado em outubro (R$ 349,14). No ano, o custo da cesta básica já subiu 6,53%.
A maior queda foi registrada no preço do feijão (-17,62%), seguido de legumes/tubérculos (-3,06%), do pão (-1,89%), do arroz (-1,38%), do leite (1,21%) e da carne (-0,85%). Tiveram alta a farinha/massas (0,88%), o café (0,91%), o açúcar (6,90%), a margarina (0,50%), o óleo (0,62%) e frutas (6,33%), de acordo com dados do IMB/Segplan.
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