O Governo de Goiás, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), está fomentando um projeto de extensão que visa promover a inclusão de meninas e estimular a equidade de gênero nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM). A iniciativa, conduzida por uma equipe de pesquisadoras do Instituto Federal Goiano (IF Goiano) – Campus Iporá, vai envolver diretamente cerca de 110 estudantes de escolas públicas.
Segundo a coordenadora do projeto, professora Ana Karoline Silva Mendanha Valdo, do IF Goiano, o objetivo é promover uma reflexão dentro e fora do ambiente escolar sobre a importância da presença feminina na ciência. “Queremos desconstruir a ideia de que as áreas STEM são apenas para homens”, afirma a coordenadora do projeto, professora Ana Karoline Silva Mendanha Valdo, do IF Goiano.
O projeto foi selecionado por meio do edital Meninas e Mulheres em STEM (08/2024), da Fapeg, e receberá R$ 40 mil. Deste total, R$ 22.400 serão destinados ao pagamento de três bolsas – uma delas para uma estudante de graduação em Química do IF Goiano e outras duas para alunas dos ensinos fundamental e médio. “As bolsas são um incentivo para que essas meninas se vejam como futuras cientistas e se sintam motivadas a seguir a carreira acadêmica nas áreas STEM”, finaliza Ana Karoline.
O edital da Fapeg faz parte de um esforço mais amplo do Governo de Goiás para promover a equidade de gênero na ciência, em consonância com outros programas, como o Goianas na Ciência e Inovação, que também conta com o apoio da Fapeg e da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti).
Etapas
O projeto do IF Goiano será desenvolvido em quatro etapas ao longo de dois anos. As três primeiras fases consistirão em encontros nas escolas parceiras de Iporá – o Centro de Ensino em Período Integral de Aplicação e o Centro de Ensino em Período Integral Osório Raimundo de Lima. Nestes encontros, os alunos terão a oportunidade de compreender a aplicabilidade da ciência no cotidiano e participar de oficinas de química e robótica, conduzidas por mulheres cientistas.
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Na última fase, será realizada uma mostra cultural itinerante em praças e feiras da cidade, popularizando a ciência e promovendo uma “contracultura científica”, onde as mulheres ocupem o protagonismo.
Desafios
Embora a participação feminina na ciência tenha crescido no Brasil, ainda existem lacunas importantes. Um relatório da Elsevier-Bori, publicado em 2023, mostra que as mulheres representam 49% dos autores de publicações científicas no país. À medida que as cientistas avançam na carreira, no entanto, essa presença diminui significativamente. Nas áreas de STEM, a sub-representação feminina é ainda maior. Apenas 24% dos pesquisadores em engenharia, 21% em ciência da computação e 19% em matemática são mulheres.
Fotos: Fapeg