A reprodução pode significar um grande avanço científico
A Nasa informou nesta semana que cientistas conseguiram reproduzir uma miniatura de disco de acreção, o plasma alaranjado que fica em volta dos buracos negros no espaço. Eles foram identificados com maior clareza nas fotografias reais do Sagittarius A* e do M87*. Com isso, pode haver um grande avanço científico que pode desvendar o comportamento dessa matéria e por que ela não é “engolida” por eles como todo o restante das massas que se aproximam.
Essas massas, qualquer tipo de matéria, sejam nuvens de gás, poeira ou estrelas, quando se aproximam de um buraco negro, são atraídas pela sua gravidade extremamente intensa. Mas, antes de cair diretamente no horizonte de eventos, o ponto a partir do qual não poderia mais escapar, mas passa a girar ao seu redor.
Em uma metáfora, é como uma massa crua de bolo que gira devido ao arrasto causado pelos garfos da batedeira. Os buracos negros costumam ter um movimento de rotação, o que gera um arrasto no “tecido” do espaço-tempo, semelhante ao efeito de misturar uma massa de bolo em uma batedeira. Esse processo também resulta em um empuxo que afasta o plasma, assim como acontece ao tentar usar uma batedeira para misturar massa de bolo em um prato raso.
Ainda de acordo com a Nasa, em matéria publicada pelo portal Caltech, o plasma presente nos discos de acreção não cai no horizonte de eventos, mas mantém um equilíbrio ao seu redor. No entanto, surge a questão de como os buracos negros conseguem se alimentar e crescer tanto.
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É isso que os físicos querem responder criando essa simulação de buracos negros em laboratório. Foram anos tentando utilizar vários componentes, desde tanques enormes de água até métodos mais sofisticados. Nesta pesquisa mais recente, os cientistas utilizaram uma máquina Mega Ampere Generator for Plasma Implosion Experiments (MAGPIE) para criar anéis de plasma extremamente quentes.
Esses anéis se formam pela colisão de oito jatos de plasma separados, resultando na formação de um toro, o conhecido formato de rosquinha. Dentro desse toro, o plasma comportou-se de maneira semelhante à massa de bolo em uma batedeira. A rotação do toro de plasma durou apenas 150 nanossegundos, tempo suficiente para uma volta completa.
Os resultados dessa pesquisa estão disponíveis na revista Physical Review Letters. Veja imagem de reprodução do estudo.
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