A Justiça eleitoral determinou, nesta segunda-feira (9), a suspensão da divulgação da pesquisa SERPES/O Popular, publicada no último sábado (7). Conforme a justificativa do magistrado, a pesquisa não atende os requisitos legais e apresenta irregularidades, como a ausência de dados que comprovem os resultados obtidos.
A determinação resulta de uma representação feita pela Coligação Todos por Goiânia, formada pelos partidos Solidariedade, Mobiliza, PDT, PRTB e DC. A coligação apontou que a pesquisa apresentou uma série de irregularidades nas informações sobre a amostra coletada, o que impede a verificação da precisão dos dados e põe em dúvida a confiabilidade do levantamento.
Na determinação, o juiz pontua que houve a “a ausência do número de eleitores pesquisados por bairros/localidades”, a “não apresentação da comprovação da origem dos recursos despendidos na pesquisa”, e também alegou que “a estratégia da empresa de pesquisa faz com que os candidatos Vanderlan, Adriana e Sandro, tenham mais chances de serem escolhidos pelos eleitores do que os demais candidatos Rogério, Matheus, Fred e Prof. Pantaleão, induzindo os entrevistados a erro e os colocando em posição de destaque”, concluindo que “a forma como o questionário foi construído altera os resultados”.
Assim sendo, o juiz Alessandro Pereira Pacheco entendeu que a pesquisa não atende aos requisitos legais para garantir a integridade das informações e determinou a suspensão imediata da divulgação da pesquisa realizada pela SERPES Pesquisas de Opinião e Mercado Ltda., registrada sob o número GO-07357/2024, e publicada pelo jornal O Popular. A decisão também afeta o veículo de imprensa e o candidato Sandro Mabel, que devem retirar qualquer referência à pesquisa de suas publicações e plataformas.
Desse modo, considerando a alegação do juiz de que “a falta de dados adequados e a manipulação de informações são inaceitáveis e colocam em risco a lisura do processo democrático”, a Serpes, o Jornal O Popular e o candidato Sandro Mabel devem retirar imediatamente quaisquer publicações relacionadas à pesquisa e fornecer esclarecimentos sobre as irregularidades apontadas.
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Em entrevista ao jornal Diário de Goiás, a defesa da SERPES Pesquisas afirmou que vai recorrer da decisão e “exercer direito de defesa”, prestando os devidos esclarecimentos à Justiça no prazo máximo de 48 horas.
O advogado Sebastião Ferreira Leite, que representa a SERPES, pontuou que a empresa tem 45 anos de mercado, “atuando com correção e transparência”, e segue os padrões da lei. “As informações foram juntadas corretamente perante a Justiça Eleitoral. Precisamos conhecer as alegações da acusação”, destacou o advogado.