Segundo os dados da Transparência Brasil, ao menos 413 pedidos do ex-presidente foram considerados indevidos ou irregulares
Apesar de os sigilos de 100 anos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já serem famosos, um levantamento inédito feito pela ONG Transparência Brasil, mostrou que são muito mais do que se imaginava. Os dados, divulgados pelo UOL, mostraram que dos 1.379 sigilos decretados pelo governo federal desde 2015, 80% são da gestão do ex-mandatário conservador. Apenas em 2021 o ex-chefe do Executivo federal decretou 342 sigilos de 100 anos, quando em 2015, sobre a gestão de Dilma Roussef (PT), foram apenas 27.
O pior de tudo é que, desses milhares de sigilos, ainda segunda a Transparência Brasil e o UOL, 37% desde 2015 são considerados indevidos ou irregulares – os de Bolsonaro são 413. Confira por ano, os decretos que podem ser considerados ilícitos: 2015 (9); 2016 (25); 2017 (19); 2018 (47); 2019 (140); 2020 (135); 2021 (79) e 2022 (59).
Vale lembrar que os sigilos do ex-presidente Jair Bolsonaro vão desde assuntos que envolvem seus filhos, visitas ao Palácio do Planalto, à ex-primeira-dama Michelle, a carteira de vacinação contra a Covid-19 ou gastos do cartão corporativo. Inclusive, o primeiro sigilo de 100 anos quebrado pelo atual governo, de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foram sobre essas visitas recebidas por Michelle Bolsonaro no Palácio da Alvorada, em Brasília.
A informação do jornal O Estado de S. Paulo afirmou que Michelle recebeu 565 visitantes entre 2021 e 2022. Apesar de não haver nenhuma visita polêmica, a esposa do ex-mandatário recebeu visitas de pastor, estilista, cabeleireiro e autoridades. Lula já havia feito a promessa de quebrar os sigilos após milhares de pedido e a confirmação veio logo no início de seu madato.
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O novo ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), inclusive, indicado pelo petista, Vinícius Marques de Carvalho anunciou, durante cerimônia de posse no cargo, no início do ano, que já formou um grupo técnico para dar início ao processo de abertura dos sigilos de 100 anos impostos por Bolsonaro.