Política • atualizado em 19/05/2022 às 18:33

Guedes diz ser contrário à reeleição, mas quer novo mandato de Bolsonaro

(Foto: Divulgação)
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Mesmo reforçando sua posição contrária à reeleição, o ministro da Economia, Paulo Guedes, se mostrou favorável a um novo mandato do presidente Jair Bolsonaro. “A reeleição é tragédia brasileira. Era melhor ter mandato de cinco anos. Sempre fui a favor de acabar com a reeleição”, afirmou nesta quinta-feira, 19, durante o seminário Perspectivas econômicas do Brasil, promovido pela Arko Advice e o Traders Club.

Guedes disse que continua contra a reeleição, mas depois de dois governos de Fernando Henrique Cardoso, dois de Luiz Inácio Lula da Silva e dois de Dilma Rousseff, “dá pra ter dois de Bolsonaro”. “Tomara que ele (Bolsonaro) faça reforma política”, considerou, na hipótese de o atual mandatário continuar no poder por mais quatro anos.

O ministro também disse que está acontecendo um fenômeno político interessante no Brasil e que Bolsonaro ganhou eleições de 2018 sozinho. “Foi uma ruptura, um chega”, disse durante o seminário.

Guedes salientou que a vitória de Bolsonaro foi uma ruptura a um ciclo de política que causou moratória, juro de dois dígitos, criou impostos excessivos e tornou a economia fechada, entre outros pontos. “É natural que quem ficou 30 anos no poder reclame”, salientou.

O ministro comentou que em sua viagem internacional já no posto, no Fórum Econômico Mundial, em Davos, teve que enfatizar que acreditava nas instituições brasileiras, na democracia. “Fui a Davos e disse : vou surpreender vocês. Cadê o golpe? Quem deu golpe em quem?”, relatou.

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Guedes também comentou que, mesmo antes da pandemia de covid, já havia um descredenciamento do Brasil no exterior. “Tive de dizer que acreditava na democracia. Somos democracia resiliente. Se a moça que era terrorista, assaltava banco, pode ser presidente, então um capitão que não fazia nada disso podia ser presidente também”, comentou citando indiretamente a ex-presidente Dilma Rousseff.

Instituições

Novamente defendendo Bolsonaro, o ministro disse que “todo mundo comete excessos”. “Tem que respeitar a liberdade de opinião, se o cara (Bolsonaro) dá opinião é fascista?”, questionou. “Temos que respeitar instituições, tem uma instituição chamada Presidência da República”. (Estadão Conteúdo).

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