Vários momentos foram marcados pelo ineditismo como, por exemplo, o recebimento da faixa presidencial, que pela primeira vez foi entregue por um grupo de pessoas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi empossado 39º presidente do Brasil neste domingo hoje (1º). Durante seu discurso na cerimônia de posse no Congresso Nacional, o petista, presidente pela terceira vez, afirmou que, na verdade, a democracia foi a grande vitoriosa nas eleições de 2022. “A frente democrática vitoriosa superou a maior mobilização de recursos públicos e privados que já se viu”, em referência à campanha do candidato Jair Bolsonaro (PL), que não conseguiu se reeleger.
“Nunca os recursos do Estado foram tão desvirtuados em proveito de um projeto autoritário de poder, nunca a máquina pública foi tão desencaminhada dos controles republicanos, nunca os eleitores foram tão constrangidos pelo poder econômico e por mentira disseminadas em escala industrial”, disse Lula.
Apesar de ser um evento oficial, que segue protocolos, a posse de Lula contou com diversos esquemas inéditos, seja em segurança, realização de evento e até sobre a faixa presidencial. Sobre a segurança, em meio ao clima de tensão e atos de violência em Brasília nos últimos dias, o petista recebeu a orientação da Polícia Federal de vestir colete à prova de balas e usar carro blindado – no lugar do tradicional Rolls-Royce – no desfile pela Esplanada dos Ministérios. Apesar disso, o presidente dispensou o carro blindado.
O evento também ocorreu com mil policiais federais, 300 civis, 150 homens e mulheres do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal e helicópteros da PM. O Centro Integrado de Operações de Brasília, uma base de alta tecnologia que realiza o monitoramento por câmeras de vídeos e drones, também vigiou toda a área, em tempo real, para identificar qualquer movimentação suspeita. Um drone intruso chegou a ser derrubado durante a tarde.
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Sobre a faixa presidencial, outro fato inédito: Lula recebeu a faixa de integrantes da sociedade civil. Isso por que, pela tradição, a entrega deveria ter sido feita pelo presidente anterior, mas, como todos sabem Bolsonaro se recusou a fazer isso, inclusive viajou para os Estados Unidos, onde está para uma temporada. O ex-vice presidente Hamilton Mourão ou os presidentes da Câmara e do Senado, respectivamente, Rodrigo Pacheco e Arthur Lira, também poderiam, mas não quiseram. Dessa forma, o evento ficou até mais poético, na verdade.
Após a posse, Lula também já assinou suas primeiras medidas como presidente do Brasil. A primeira MP foi a que cria a nova estrutura ministerial. Também foi assinada MP que viabiliza a manutenção do Bolsa Família no valor de R$ 600 por beneficiário, mais R$ 150 por criança de até 6 anos de idade. Promessa de campanha do presidente, a medida só foi possível após a aprovação, pelo Congresso Nacional, de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que excluiu os gastos com o programa social da regra de teto de gastos.
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