A regra costuma ser, para cada estação do ano, uma coleção de moda. Embora seja verão, o que determina a moda nessa época do ano no Brasil é na verdade uma festa: o Carnaval. Já é comum ver vitrines e tutoriais feitos especialmente para os looks da folia. Em 2020, o que dá o tom nos bloquinhos, show e festas são as viseiras e pochetes. Coloridas e funcionais, a primeira protege os olhos do sol e garante o acessório de cabeça; a segunda é uma opção confortável e prática para carregar os pertences como documentos e celulares. A consultora de imagem e stylist do Estação da Moda Shopping, Bia Boaventura, aposta também nas tiaras chamativas e volumosas, turbantes, flores e brincos irreverentes.
Bia explica que a moda carnavalesca é muito passageira e fugaz, mas ao mesmo tempo com uma infinidade de opções, que a cada ano ganha uma novidade, mas sem perder totalmente as referências do ano anterior. “Esse ano por exemplo, sai o sereismo que foi muito forte em 2018 e 2019, e permanecem as viseiras e os adesivos para o colo, seios e rosto”. Outro tema em alta, de acordo com a consultora de moda, são as fantasias militantes, aquelas que reforçam o empoderamento feminino e até mesmo o posicionamento político, mas tudo com muito bom humor e ousadia.
As meias coloridas ¾ invadem também as ruas com diferentes propostas. Para Bia, a peça stylist ganha uma pegada mais divertida e mais underground. “Uma dica de uso básica é uma meia rosa clara, com body rosa chock, tiara chamativa no tom dourado e um max brinco de pluma ou brinco menor de pedrarias”, recomenda a stylist que revela que os tutus (saias de balé) devem ser reaproveitadas do ano passado para compor os looks.
Acessórios como a pochete, que retornou direto dos anos 90, estão com tudo, e ganharam uma roupagem com o tom do momento: o flúor. Reformuladas, elas chegam às ruas com texturas metalizadas, em materiais diversos como em lantejoulas que garantem brilho e a pegada carnavalesca.
Bia explica que o investimento em looks especiais para o carnaval é um movimento recente nos estados do interior do País. Segundo ela, os bloquinhos caíram no gosto do brasileiro que está mais distante dos principais polos foliões como Rio de Janeiro e São Paulo. A indústria da moda não demorou a perceber isso, e agora, temos coleções cápsulas específicas para essa época, as pessoas gostam de se produzir. “Embora sempre tenha uma tendência, a regra é não ter regra já que a ocasião é lúdica e o momento é de irreverência” pontua.