Eventos de ordem mundial, como a pandemia do novo coronavírus, tem o potencial de mudar o comportamento da humanidade. Nesse período, o debate sobre o que é preciso fazer para garantir a saúde pública se torna mais forte, principalmente em um país onde mais da metade da população não tem acesso à saneamento básico.
Segundo análise do Instituto Trata Brasil, 48% da população brasileira ainda não têm coleta de esgoto, Goiás está acima da média com 53,88% enquanto o Norte apenas 10% recebem o serviço. Os dados são do 23º Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgotos (SNIS-AE) de 2017. O levantamento aponta também que 35 milhões de brasileiros ainda não tem água tratada, isso equivale à toda população do Canadá. A médica infectologista que atende em clínica instalada no Centro Clínico do Òrion Complex, Juliana Barreto, explica que epidemias podem surgir de várias formas e não apenas respiratórias, por isso o saneamento básico é tão importante.
Juliana pontua que 2020 será um ano de grandes aprendizados. “Acredito na consolidação de hábitos até então banalizados como fazer a higienização correta das mãos, que muito além do coronavírus, pode evitar doenças que também matam”. Ela fala especificamente da diarréia, que interna 289 mil pessoas diariamente sendo que 50% delas são crianças. “Precisamos nos conscientizar também sobre o cuidado contínuo com a saúde do corpo e da mente, pois com saúde podemos enfrentar pandemias com menos mortes. No primeiro sinal de uma enfermidade é preciso buscar tratamento, se alimentar bem e cuidar da higiene do corpo”, pontua ela.
A médica cita algumas medidas simples que podem ser aplicadas no dia-a-dia como manter uma área suja para deixar os sapatos antes de entrar dentro de casa. “Trazemos muita contaminação das ruas e ao entrar em casa com sapatos, expomos crianças que andam pelo chão e até mesmo os animais de estimação”. Para a limpeza do chão, ela orienta a fórmula básica de água, sabão e água sanitária. Como nem toda doença é transmitida por vírus, é importante manter caixas d’água fechadas, eliminar criadouros de mosquitos que podem também transmitir doenças.
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