O mundo terá cerca de 700 milhões de pessoas com diabetes no ano de 2030. A previsão é da Federação Internacional de Diabetes publicada na 9ª edição do Atlas de Diabetes que apontou ainda que a doença foi responsável por cerca de US $ 760 bilhões em gastos com saúde em 2019.
Os dados preocupam especialistas, uma vez que o paciente diabético apresenta maior tendência à complicações diantes de diferentes tipos de doenças, como é o caso da Covid-19, provocada pelo novo coronavírus. Em estudo recém-publicado no British Medical Journal (BMJ) 21% dos pacientes que morreram devido à doença possuíam diabetes.
De acordo com a endocrinologista Dra. Daniela Espíndola Antunes (CRM 8534), que atende em consultório instalado no Órion Complex, professora de medicina da UFG, é importante observar que pacientes com diabetes não tem maior risco de serem infectados pela COVID-19, a particularidade deles está no agravamento da doença.
A médica ressalta que algumas evidências mostram que pacientes obesos e com pré-diabetes desenvolvem formas graves da doença viral por apresentarem um processo inflamatório crônico no organismo, causado pelo excesso de peso. “O risco será maior, principalmente, nos idosos e naqueles que apresentam outras doenças crônicas associadas, como hipertensão arterial”, pontua.
Mesmo com a glicemia controlada, o diabético se inclui no grupo de risco porque a baixa imunidade desse paciente está ligada ligada à elevação do açúcar no sangue, não à falta de produção de insulina. Por isso o controle da glicemia, através de monitorização, uso adequado da insulina, alimentação equilibrada e realização de exercício físico permitem que a pessoa com diabetes enfrente o novo coronavírus com menores riscos.
“Estão no grupo de maior risco de evolução para formas mais graves da COVID-19 aqueles que apresentam diabetes de longa duração, complicações da doença, comorbidades associadas e idade acima de 60 anos”, ressalta acrescentando que pacientes com diabetes tipo 1 e 2 que apresentam bom controle glicêmico têm risco de complicação pela Covid-19 próximo daqueles que não apresentam diabetes.
A médica recomenda que os pacientes diabéticos tenham os mesmos cuidados recomendados para a população geral para não contrair o vírus, além de manter seus níveis glicêmicos bem controlados, monitorando a glicemia e fazendo uso regular das medicações prescritas previamente pelo seu médico.
Medicação
O Ministério da Saúde ampliou o prazo de vencimento das receitas. Medicações adquiridas no Programa de Farmácia Popular serão dispensados para até 90 dias. Os tratamentos cuja Autorização de Procedimentos Ambulatoriais (APAC) terminem entre março de 2020 e maio de 2020, poderão ser renovados automaticamente, sem a apresentação de Laudo de Solicitação, Avaliação e Autorização de Medicamento (LME) e prescrição médica, por período adicional de três meses.