Aglomerações em pontos de embarque e em terminais de ônibus infelizmente continuam constantes e nesse tempo de pandemia, é motivo de muita preocupação para aqueles que precisam usar o transporte. Mas, para garantir que seu colaborador possa chegar ao trabalho em segurança, diversas empresas têm oferecido opções de transporte alternativo, como é o caso da construção civil, por exemplo. Organização de carona entre colegas e locação de transporte particular fazem parte das estratégias adotadas.
“Boa parte das construtoras assumiram o transporte de seus colaboradores. Algumas passaram a arcar com os gastos de combustível dos trabalhadores, outros alugaram vans. Tudo isso para garantir mais segurança aos trabalhadores durante esse período de pandemia”, afirma o presidente do Seconci Goiás (Serviço Social da Indústria da Construção no Estado de Goiás), Yuri Vaz de Paula. A entidade elaborou um plano de contingência com essa, entre várias orientações, para auxiliar as empresas associadas a organizarem os canteiros de obras e a rotina dos trabalhadores com medidas de proteção sanitária.
Uma dessas empresas foi a CMO Construtora, que passou a dar auxílio transporte para os colaboradores que fossem ao serviço com transporte privado e dessem carona para aqueles que não tinham condução própria. “Mapeamos os bairros onde moram todos os nossos trabalhadores e começamos a distribuí-los conforme a disponibilidade de um outro colaborador que tem carro ou moto e que possa dar carona. Dessa forma, conseguimos fazer com que cerca de 600 funcionários de 5 obras da empresa evitassem o transporte coletivo”, explica o diretor técnico da CMO, Marco Aurélio Moreira.
O diretor da CMO ainda afirma que cerca de 30% dos trabalhadores já usavam o transporte privado para ir ao trabalho. Já aqueles que moravam em uma região distante e que não contavam com condução própria ou carona foram remanejados para outras obras que ficam mais próximas de suas casas. “Todos que usam o transporte próprio recebem cerca de R$ 90,00. Já aqueles que dão carona podem receber até R$ 360,00, que é o valor correspondente às quatro pessoas que podem ser transportadas dentro de um automóvel, conforme o limite de ocupação que passamos para cada motorista”, detalha Marco Aurélio.
O pedreiro da CMO, Natal de Almeida Araújo, dá carona para três colaboradoras do mesmo canteiro de obras onde atua e garante que todos façam o trajeto com máscaras e usando álcool em gel. “Esse período de pandemia despertou ainda mais o nosso espírito de solidariedade e, sabendo quem está viajando ao nosso lado, ficamos mais tranquilos”, afirma.
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Outros benefícios
Outra empresa que adotou sistema parecido foi a GPL Incorporadora. Segundo o engenheiro civil e gerente técnico da construtora, Daniel Franco, a adoção dessa prática foi mais fácil porque mais de 60% dos 350 funcionários das quatro obras da construtora em Goiânia e Aparecida de Goiânia já usavam transporte privado, bastando adequar apenas o restante dos colaboradores.
“Agrupamos os colaboradores por região e fizemos a proposta de aqueles que já tinham transporte próprio dessem carona para aqueles que não tinham. Em troca, passamos a pagar esses trabalhadores com um vale-transporte e orientamos os funcionários a seguirem as medidas para evitar a propagação da doença, como o uso de máscaras dentro dos automóveis”, explica Daniel.
O prancheiro da GPL Incorporadora, Belciano Conceição Vieira, foi um dos beneficiados por essa ação. Antes, ele acordava às 4h30 e pegava três ônibus para chegar às 7 horas no serviço. Na volta, costumava chegar em casa após as 20 horas. “Agora eu saio mais tarde de casa e chego bem mais cedo, às 18 horas. Com isso, tenho mais tempo para passar com os meus filhos”, disse Belciano, que mora com dois filhos de 2 e 6 anos e a esposa.
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