O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cancelou as agendas que teria na manhã desta sexta-feira (16) em Rio Verde. O helicóptero que iria transportar o petista, nem chegou a sair de Brasília por conta das condições do tempo. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e o prefeito de Rio Verde, Paulo do Vale, que já estavam na cidade foram comunicados e uma nova data deve ser marcada para receber Lula.
Na ocasião, Lula iria inaugurar o terminal em Rio Verde da empresa Rumo, concessionária da Ferrovia Norte-Sul. O município goiano é um dos principais polos do agronegócio no Centro-Oeste. O evento marcaria a conclusão das obras da ligação ferroviária que é considerada a espinha dorsal do sistema brasileiro de transporte sobre trilhos, pois conecta os portos de Itaqui, no Maranhão, ao de Santos, em São Paulo.
A construção começou em 1986, durante o governo de José Sarney, ou seja, 36 anos atrás. Em entrevista para rádios de Goiás na quinta-feira (15), Lula chegou a dizer que este ex-presidente também deveria comparecer ao evento. “Estou inclusive pretendendo levar o presidente Sarney, que foi ele que, em 1987, começou essa ferrovia lá no Maranhão. Ela demorou 30 anos para ser feita, mas finalmente está pronta”, disse.
“A conclusão permite que três estados com forte produção de commodities – como soja, milho e algodão – tenham saída para seus produtos pelo mar. Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais ganham competitividade no momento de exportar seus produtos, seja pelo litoral da Região Sudeste ou pelo Norte do país. Como resultado prático, desenvolvimento e geração de emprego para todo o novo corredor logístico”, afirmou o governo federal.
Nos últimos quatro anos, a Rumo construiu três terminais: em São Simão e Rio Verde, em Goiás, e em Iturama, Minas Gerais. Segundo o governo, a empresa investiu R$ 4 bilhões em obras de infraestrutura, terminais e material rodante. Além dos terminais, outras obras de infraestrutura foram necessárias para concluir a ferrovia, como a construção de quatro pontes entre Goiás, São Paulo e Minas Gerais, centenas de quilômetros de trilhos e inúmeros pátios, como o que faz a ligação entre as Malhas Central e Paulista na cidade de Estrela D’Oeste.
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Segundo a Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), a ferrovias representam cerca de 21,5% do transporte de carga no país e, em 2021, mais de 93% do minério de ferro exportado chegou aos portos brasileiros por trilhos.