Goiás • atualizado em 03/07/2020 às 22:08

Em visita à Goiânia, professores da Fiocruz apoiam isolamento intercalado: “Medida extremamente correta”

Pesquisadores da Fiocruz, em visita à Goiás, aprovaram a quarentena intermitente decretada pelo governador Ronaldo Caiado
Pesquisadores da Fiocruz, em visita à Goiás, aprovaram a quarentena intermitente decretada pelo governador Ronaldo Caiado

Ao longo desta semana, três professores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) realizaram uma visita à Goiânia para avaliar os dados sobre a pandemia do novo coronavírus e as estratégias adotadas pelo governo estadual no sentido de evitar colapso no sistema de saúde. Na conclusão dos trabalhos, o pesquisador e médico sanitarista Daniel Soranz que fez parte da comitiva disse aprovar a estratégia de isolamento social intermitente adotada por meio de decreto assinado pelo governador Ronaldo Caiado (DEM).

Por dois dias, Daniel e as professores Paula Travassos e Andara Moreira realizaram uma série de visitas. Entre os quais listados estavam o Hospital de CAmpanha (Hcamp) de Goiânia e à Vigilância Epidemiológica. “Verificamos o andamento da coleta de dados, as estatísticas e chegamos à conclusão de que esses 14 dias de isolamento social serão muito importantes”, salientou o pesquisador.

O professor pesquisador informou que os estudos realizados pela Universidade Federal de Goiás (UFG), e que têm norteado as ações no Estado, “são excelentes” e devem, sim, ser considerados por projetarem a realidade da pandemia. A partir do último estudo, o governador decretou uma quarentena intermitente, começando com 14 dias de regras mais rígidas quanto ao funcionamento do comércio, e depois 14 dias de flexibilização. A estratégia visa evitar o colapso no sistema de saúde. A projeção da UFG é que o método, associado a um rastreamento de contatos, possa salvar mais de 10 mil vidas até setembro.  “Medida extremamente correta”, ressaltou Daniel.

Daniel acredita que a baixa taxa de mortalidade em Goiás, quando comparada a outros Estados, está diretamente relacionada às ações preventivas que Caiado já tomou até aqui. Uma delas, exemplificou, foi o isolamento social adotado tão logo foram registrados os primeiros casos locais de Covid-19, contribuindo com o achatamento da curva de contaminação. “Também destaco todo o investimento na saúde e assistência ao paciente”, reforçou. 

O pesquisador da Fiocruz elogiou o empenho da equipe clínica que trabalha nos hospitais de campanha, e também a estruturação das unidades de saúde promovida pelo Governo de Goiás. “Vale ressaltar a importância disso: a maioria dos hospitais vai ficar de legado, ou seja, poderão ser utilizados pela população depois que a pandemia passar”, enfatizou. Considerando só as Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), Caiado já inaugurou mais de 100 leitos em cidades como Catalão, Luziânia, Trindade, Porangatu, Águas Lindas e Itumbiara.  

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Tal legado mencionado por Daniel é uma das marcas que Caiado tem trabalhado para deixar em Goiás. Antes mesmo da pandemia, o governador já estava promovendo a regionalização da saúde, levando estrutura permanente para atendimentos especializados a todas as regiões do Estado. A ideia é acabar com a chamada “ambulancioterapia”, quando o paciente era submetido a longas viagens em busca de tratamento nos hospitais de Goiânia. 

A Fiocruz realiza esse apoio técnico e institucional em Goiás a pedido de Caiado, que tem buscado diálogo com comunidades científicas e médicas em busca das decisões mais assertivas para combater a pandemia. “Viemos para desenhar uma análise conjunta e propor alguma correção de rumo ou reestruturação, mas não foi nada disso que a gente viu. O Estado tomou todas as medidas no tempo correto”, observou Daniel. “A parceria vai continuar para análise dos dados”, completou.


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