A ministra da Mulher, Cida Gonçalves, do governo federal, esteve em Goiânia nesta quarta-feira (19), para tratar da implantação do programa ‘Casa da Mulher Brasileira’ em Goiânia. Na ocasião, Cida se reuniu com o prefeito Rogério Cruz e outras lideranças femininas do estado, no Paço Municipal. Entre os assuntos, foi discutida a unidade de atendimento a vítimas de violência doméstica está em construção no Setor Goiânia II, com recursos do governo federal.
No encontro, o prefeito destacou que não irá medir esforços para estabelecer as parcerias necessárias para viabilizar o projeto em Goiânia, que necessita da participação de diversos órgãos envolvidos no atendimento às mulheres em situação de vulnerabilidade, como Delegacia da Mulher, Ministério Público, Justiça e Secretaria de Saúde. Segundo a ministra, o programa será levado a todas as capitais do País e Goiás deve ganhar mais três unidades.
“As parcerias com os governos federal e estadual são de grande importância para a cidade de Goiânia. Infelizmente os números da nossa capital não são muito favoráveis no que diz respeito ao feminicídio e isso nos deixa muito alerta para que o projeto da Casa da Mulher Brasileira seja implantado o mais breve possível. Faço questão de ser parceiro de todos os órgãos para trazer esses serviços o quanto antes. O nosso apoio é total e sem medir esforços. A Casa da Mulher Brasileira será um espaço de transformação”, afirmou o prefeito Rogério Cruz, durante o encontro.
Rogério Cruz também disse que um grupo de trabalho técnico formado por membros da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra) e o Escritório de Prioridades Estratégicas (EPE) será criado junto ao Ministério das Mulheres para acompanhar as obras e garantir que seja executada o mais rápido possível. Em seguida, o prefeito falou sobre a criação do maior programa de transferência de renda da capital durante o período da pandemia de Covid-19, tendo a mulher justamente como o foco da ação.
Cida Gonçalves, por sua vez, recordou que o projeto da Casa da Mulher Brasileira foi iniciado em 2003, mas que ainda não foi implementado. De acordo com a ministra, a meta do governo federal é que o projeto chegue a todas as capitais. Após essa etapa, o programa será levado para mais 40 cidades pelo País e que a expectativa é de que Goiás receba mais três unidades. “Mas para isso, nós precisamos da unidade funcionando em Goiânia”, disse.
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Em seguida, a ministra traçou um panorama do cenário do combate à violência contra a mulher. Cida Gonçalves disse que a grande dificuldade é o que chamou de “via crucis”, a necessidade de passar por diferentes órgãos por um longo período de tempo para concluir atendimento, como delegacia, Defensoria Pública, IML, Ministério Público, entre outros. “Com isso ela já perdeu dez dias de trabalho e a vontade de falar sobre isso. Então nós só vamos ter notícias dela nas capas dos jornais quando ela morre”, explica.
“Então, o desafio que nós pensamos é a criação de uma rede de atendimento. Ao invés da mulher andar por muitos lugares, todos os serviços vão estar no mesmo espaço físico. Assim que ela passar pela recepção, em um dia, todo o processo dela, se não todo resolvido, pelo menos o Boletim de Ocorrência e a Medida Protetiva já estarão emitidas. Mas a Casa não é só isso. Nós acreditamos que a mulher precisa de uma porta de saída e o programa também é um espaço para isso, para auxiliar na autonomia da mulher”, complementou a ministra.
A líder da bancada goiana no Congresso, deputada federal Flávia Morais, elogiou a prestatividade da ministra Cida Gonçalves, que solicitou a reunião assim que a parlamentar falou sobre a importância do projeto, e do prefeito Rogério Cruz, que imediatamente agendou o encontro.
“A reunião hoje é de trabalho, mas eu quero agradecer a ministra pela atenção que tem tido com o Estado de Goiás. Fui fazer uma visita, cobrei ela sobre o projeto e na mesma hora ela já retornou dizendo que gostaria de vir à Goiânia no dia seguinte. Quero cumprimentar também o prefeito Rogério Cruz, que na mesma hora em que eu liguei atendeu e marcou a agenda. Então, prefeito, a gente sabe que quando tem vontade política de fazer, as coisas acontecem”, disse a deputada.
Durante discurso, a secretária Municipal de Política para as Mulheres (SMPM), Tatiana Lemos, disse que a pasta existe há 10 anos em Goiânia, mas que não tinha apoio em gestões passadas. Segundo Tatiana, a situação mudou na gestão do prefeito Rogério Cruz.
“O prefeito Rogério Cruz é um homem que tem feito a diferença para as mulheres na nossa cidade de Goiânia. Eu trouxe um pequeno resumo do trabalho que a Secretaria das Mulheres desenvolveu. Entre eles, a entrega de 22 mil cartões do Renda Família + Mulher para mulheres em situação de situação de pobreza, vulnerabilidade ou violência. Foi uma ajuda durante seis meses que literalmente levou comida para os pratos”, afirmou Tatiana.
A Casa da Mulher Brasileira está em construção em terreno de cinco mil metros quadrados, que foi doado pela Prefeitura de Goiânia no Setor Goiânia II. Ela terá 3.670 metros quadrados de área construída. O local contará com serviços de acolhimento e triagem, apoio psicossocial, Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, Juizado Especializado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, Promotoria Pública e Defensoria Pública Especializada da Mulher, brinquedoteca, fraldário, central de transporte e ações de autonomia econômica. O atendimento será 24 horas, durante todos os dias da semana.
Após a reunião no Paço Municipal, o prefeito Rogério Cruz, a ministra Cida Gonçalves e comitiva foram ao local da construção da Casa da Mulher Brasileira, no Setor Goiânia 2. O andamento do trabalho foi vistoriado e as autoridades conheceram parte da estrutura do local. O presidente do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg), Vanesse Bento, é moradora da região onde será a Casa da Mulher Brasileira e relata a gratidão e felicidade ao ver a construção do espaço.
“Essa era uma área que não tinha destinação, aqui era um local de descarte. A construção da Casa da Mulher Brasileira é a realização de um sonho. Eu me sinto honrada do nosso setor receber uma obra tão importante”, afirma.
Participaram da reunião no Paço Municipal, dentre outras autoridades, a primeira-dama Thelma Cruz; diretora da Secretaria Nacional de Enfrentamento à Violência contra Mulheres, Alice Yamamoto; a deputada federal Adriana Accorsi; secretários municipais Jovair Arantes (Governo), Denes Pereira (Infraestrutura), Ricardo Fortunato (Relações Institucionais), Cida Garcêz (Direitos Humanos e Políticas Afirmativas), Marcelo Torrubia (Mobilidade), Wellington Paranhos (GCM); subsecretaria de Execução de Política Social da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social, Carolina Araújo; os vereadores Aava Santiago, Léia Klébia, Cabo Sena, Kátia Maria e Sabrina Garcez; gerente de coordenação de delegacias regionais e do Entorno, Cibele Tristão; juiz titular do 1º Juizado de Violência Doméstica contra a Mulher e vice-coordenador da Coordenadoria da Mulher do Tribunal de Justiça de Goiás, Dr. Vitor Umbelino; subprocuradora de Justiça para Assuntos Institucionais do Ministério Público de Goiás, Ariane Patricia Gonçalves; reitora da Universidade Federal de Goiás, Angelita Lima; delegada estadual da Mulher, Ana Elisa; secretária de Projetos Especiais da Assembleia Legislativa de Goiás, Cristina Lopes.