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Dia Nacional do Vitiligo: Hospital das Clínicas oferta tratamento com fototerapia

Vitiligo

O vitiligo acomete a pele e as mucosas, quando as células responsáveis pela pigmentação da cor da pele e dos cabelos são destruídas fazendo surgir manchas brancas. (Foto: reprodução)

O vitiligo é uma doença que revela desafios para além da pele. São pelo menos 0,5% dos brasileiros, o que representa cerca de 1 milhão de pessoas, segundo dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia, com a enfermidade que reflete diretamente na autoestima e na interação social. Por isso, neste Dia Nacional do Vitiligo, 1º de agosto), especialistas e pessoas que convivem com a doença, falam da importância da rede de acolhimento, assistência à saúde e informação para combater preconceitos.

O vitiligo acomete a pele e as mucosas, conforme explica o dermatologista Marco Túlio Oliveira, do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), que faz parte do Complexo Hospitalar da UFC/Ebserh, em Fortaleza. As células responsáveis pela pigmentação da cor da pele e dos cabelos (melanócitos) são destruídas ou passam a produzir menos melanina (pigmento responsável pela cor) fazendo surgir manchas brancas. Isso ocorre por mecanismo autoimune, ou seja, o próprio corpo as ataca, possuindo uma forte tendência genética.

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Segundo o especialista, existem diferentes tipos de apresentação do vitiligo, podendo ser segmentar ou unilateral, quando apenas uma parte do corpo, da face, ou de um membro é acometido; de lesão única, onde somente um local específico é atingido, geralmente desencadeado por um trauma (ferimento, pancada); e o universal ou generalizado, quando todo o corpo e até o cabelo podem sofrer a despigmentação. O dermatologista reforça, já desmistificando crenças comuns na sociedade: o vitiligo não se trata de uma infecção causada por vírus, fungos ou bactérias, portanto, não é transmissível. Também não é um tipo de câncer e nem compromete a saúde física do indivíduo.

O diagnóstico é essencialmente clínico, com a observação da equipe médica, esclarece a dermatologista Ivana Garcia, do Hospital Universitário Júlio Müller, da Universidade Federal do Mato Grosso (HUJM-UFMT), mas também existem exames adicionais feitos em casos de dúvida, como a “luz de Wood” (aparelho capaz de acentuar as lesões de vitiligo durante o exame) ou a biópsia da região afetada.

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Não existe uma forma de prevenção para quem não sabe que tem uma pré-disposição ao vitiligo. O que pode ser feito, ressalta Ivana, é que, quando a pessoa já apresentou um quadro de vitiligo em algum momento, passe a evitar crises de aumento e surgimento de novas manchas. E isso tem relação com estresse e estilo de vida (alimentação não adequada, sedentarismo).

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“Eu sempre falo para as pacientes que é muito difícil evitarmos completamente passar por um período de estresse emocional porque isso faz parte da vida. No entanto, é muito importante, principalmente para quem tem uma condição de base autoimune, cuidar da saúde mental buscando ajuda psicológica também, porque isso vai ajudar no controle dos gatilhos”, destaca.

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Tratamento do vitiligo para controle

A dermatologista Lívia Caetano, responsável pelo Ambulatório de Fototerapia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG), relata que o primeiro passo para iniciar o tratamento é definir se o vitiligo está estável ou em progressão, além de observar a extensão da pele acometida.

Após a avaliação clínica, é pensada a melhor forma terapêutica que, segundo a especialista, pode ser direcionada para paralisar a progressão (corticoides ou imunomoduladores de uso tópico ou sistêmico, a depender de cada caso) ou para estimular a repigmentação.

Nos dois casos, a fototerapia pode auxiliar por ter ação “imunossupressora sobre a pele e estimular a migração dos melanócitos vizinhos para a região do vitiligo”, informa. A dermatologista enfatiza a importância de buscar atendimento médico: “Quanto mais precoce o diagnóstico e o tratamento, maior a chance de resposta. Falamos em controle e não em cura. A repigmentação da pele pode ser total ou parcial, mas há chance de reaparecimento e de novas lesões ao longo da vida”.

A paciente do HC-UFG Elma Pinheiro, de 56 anos, percebeu as primeiras manchas aos 15 anos no quadril e nos pés, mas estas não evoluíram. Porém, em 30 de outubro de 2015, ela passou pelo grande trauma de ter a casa invadida por assaltantes e esse estresse provocou, meses depois, o surgimento de mais manchas espalhadas pelo corpo, exceto o rosto. Foi, então, que buscou encaminhamento para o HC-UFG e, em agosto 2018, começou seu tratamento com fototerapia duas vezes por semana, que continua até hoje. “O Hospital me acolheu em todos os sentidos. Já melhorei bastante e tem áreas do meu corpo em repigmentação”.

Nem sempre foi fácil, explica Elma, pelo preconceito sofrido, mas ela superou as opiniões: “Eu me amo muito. Eu me acho bonita, eu tenho autoestima muito tranquila”. Ela também fez duas cirurgias no HC-UFG de transplante de melanócitos, outra opção de tratamento que permite transferir as células de um local saudável para o espaço onde há vitiligo.

A primeira foi feita em abril de 2021, e a segunda, em setembro do mesmo ano, na mão esquerda, percebendo uma melhora significativa. Este procedimento é bem indicado para casos estáveis e principalmente de vitiligo segmentar não responsivo a outros tratamentos, explica a dermatologista Lívia Caetano.

No SUS

O diagnóstico e tratamento para vitiligo são garantidos pelo SUS nos serviços de dermatologia. Nos Hospitais da Rede Ebserh, são recebidos os pacientes encaminhados pela regulação via Prefeituras.

Sobre a Ebserh

Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.

Categorias: Goiânia
Carlos Nathan: