Para comemorar 25 anos de trajetória, a banda Ratos de Porão volta a Goiânia para um show comemorativo e reencontrar os fãs. O show relembra o disco lançado em 1991 e Anarkophobia é o quinto da banda e marcou uma mudança na sonoridade do Ratos, com mais influências do thrash metal/crossover, mas mantendo suas raízes punk e hardcore.
No show, sábado,5, no Martim Cererê, o Ratos tocará o disco na íntegra, numa noite que contará ainda com as bandas goianas Chef Wong’s, Diabo Velho, Dead Meat, Lattere e os brasilienses Os Cabeloduro. O show faz parte do projeto Monstro Rocks, promovido todos os meses pela produtora goiana Monstro Discos.
O ano de 1991 foi marcante para o rock mundial. Naquele ano foram lançados discos fundamentais como Nevermind, do Nirvana, o “álbum preto” do Metallica e Arise, do Sepultura.
No entanto, no Brasil, a realidade era bem diferente. Há 25 anos, o País era o retrato do caos: o sertanejo dominava as rádios e TVs e Fernando Collor estava no poder, confiscando poupanças e lançando planos econômicos para tentar controlar uma inflação absurda. O cenário era perfeito para para um dos discos mais furiosos da história do país surgir.
Com riffs trabalhados no punch e distorção no pico, o RDP levantou o dedo médio do inconformismo e nele hasteou a bandeira da desgraceira para alegria dos fãs e desespero da sociedade.
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Para muitos fãs, Anarkophobia é um divisor de águas na carreira do Ratos por possuir uma maior influência do thrash. Em recente entrevista ao site Rock on Board, o guitarrista Jão disse que a maior importância do álbum se dá pelo motivo de ser o último trabalho em seqüência de uma formação que marcou história.
“Este disco representa o final de uma era importante em nossa carreira. Não sei se podemos dizer que ele é um divisor de águas no aspecto musical. Mas ele é certamente o último de uma fase muito relevante para o Ratos”.
Em Anarkophobia, a tendência ao metal é evidente. Tanto que foi um disco aclamado na cena banger. Músicas como “Contando os Mortos” e principalmente “Mad Society” trazem os riffs clássicos do gênero, com uma levada mais arrastada que o habitual do Ratos.
Para Jão, o fato das músicas serem mais longas, acabou influenciando no resultado final do trabalho. “É evidente que teve uma mudança ali em nossa sonoridade. As músicas tinham uma maior duração, e isso acabou fazendo dele um disco único em nossa discografia”. Mesmo assim, o punk continuava presente na mensagem do grupo.
É impressionante como algumas letras ainda soam tão atuais. Caso de “Igreja Universal” e “Escravo da T.V.”, que até hoje são temas polêmicos nas redes sociais. O guitarrista, no entanto, não vê isso com muita empolgação. “É triste que as letras ainda continuem atuais nos dias de hoje. Isso só mostra que o Brasil parece não ter evoluído tanto. Alguns acontecimentos recentes provam que ainda estamos vivendo um período de alienação completa e lamentável”.
Toda essa fúria de Anarkophobia será executada na íntegra no show de sábado. Mas o repertório também contará com outros dos maiores hinos do Ratos de Porão. Então, prepare-se para uma noite de muito