Dados divulgados pela Associação Brasileira de Ensino a Distância (Abed) em outubro mostram uma expansão significativa na oferta de cursos técnicos a distância no país nos últimos dez anos, indo de 66 em 2006 para 219 no ano passado – um crescimento real de 213%.
“A presença massiva de cursos técnicos e profissionalizantes, e mesmo das licenciaturas, reforça o valor do EAD para atender a demandas práticas de educação com resultados rápidos e perceptíveis na empregabilidade”, diz um trecho do relatório da entidade.
Existem ainda outros 132 cursos técnicos semipresenciais registrados pelo Ministério da Educação no país, o que aumenta o número para 351 ofertas. “É um ramo em extenso crescimento no mercado brasileiro”, completa Stavros Panagiotis, diretor de relações internacionais da Abed e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo.
Em 2016, o Brasil tinha quase 56 mil alunos matriculados em cursos técnicos a distância. A interpretação mais comum desse dado é que a oferta desse tipo de ensino tem a ver com a busca por um ingresso mais rápido no mercado de trabalho. Universidades como a paulistana Cruzeiro do Sul, por exemplo, oferecem cursos técnicos em áreas de enfermagem, logística, meio ambiente, segurança do trabalho e até programação em jogos digitais.
“Os cursos técnicos aparecem como uma boa chance para conquistar uma colocação rápida no mercado de trabalho. Isso porque eles oferecem formação específica, já direcionada para a área de atuação que o estudante planeja seguir”, afirmou a instituição em nota.
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Entre os cursos livres, entre os quais se incluem os técnicos, a maior concentração de alunos recai sobre a iniciação profissional, com 709.853 alunos, categoria que também conta com número muito significativo nos cursos livres não corporativos, com 643.409 matriculados. Isso demonstra, para a entidade, que as empresas estão assumindo parte considerável da formação inicial dos seus colaboradores usando a modalidade EAD.
“A maior concentração de alunos está nos cursos que oferecem oportunidades de ingresso em novas profissões que exigem formação: os cursos tecnológico, de licenciatura e iniciação profissional são aqueles com mais alunos em cursos a distância no Brasil. Essa formação para a nova profissão pode ser estimulada pelas corporações ou pela livre adesão pelos alunos em cursos regulamentados e livres”, explica Stavros.
Apesar do crescimento de cursos técnicos, a busca por conhecimento na modalidade a distância ainda passa muito pelas ciências humanas, onde se registra a maioria das ofertas disponíveis. Hoje, existem 250 formações diferentes registradas nessa área, seguida pelas ciências sociais aplicadas (218), pelas ciências exatas e da Terra (117) e pela do turismo (97).