Economia • atualizado em 26/03/2020 às 20:23

Especialista recomenda fracionamento de aplicações na Bolsa de Valores

Em dez dias a Bolsa de Valores brasileira acionou o circuit breaker, ou paralisou as negociações, por seis vezes, caindo mais de 10% na última semana. Com as ações em queda, quem investiu está aflito e quem quer entrar nesse mercado está entusiasmado. Mas especialistas pedem cautela, pois há uma linha tênue entre o prejuízo e o lucro que vai depender do perfil de risco de cada investidor. 

Para o sócio da Vertente Capital, o agente Autônomo de Investimentos, Marcelo Estrela, as pessoas mais imediatistas estão perdendo dinheiro porque entraram e saíram do mercado da bolsa de valores sem saber para onde estavam indo. “A crise causada pelo coronavírus não tem precedentes e está servindo para lembrar as pessoas o real motivo pelo qual elas investiram seu dinheiro em ações, que deveria ser com o horizonte de 5, 10 anos ou mais”, lembra.

ESPECIALISTA

 Marcelo recomenda que investimentos mais arrojados, ou seja, aqueles que possam apresentar algum tipo de prejuízo, nunca sejam feitos sem o apoio de uma assessoria de investimentos qualificada, que entenda momento de vida, perfil e, principalmente, a vivência com perdas que eventualmente o investidor já tenha passado. “Estamos sendo procurados por muitos clientes que querem investir agora que a bolsa caiu, mas sempre os lembramos, por exemplo, que a ação da Petrobrás estava em R$ 30 antes do Carnaval e quando caiu para R$25 na última semana de fevereiro muita gente saiu comprando. Hoje, esse valor já reduziu pela metade, mas há pouco mais de 4 anos ela custava R$ 5. Mais além do que estar preparado para ver um investimento perder mais de 80% do valor em menos de 1 mês, é preciso entender o motivo da queda e, principalmente, enxergar um caminho para recuperação”, frisa. 

 Estrela aconselha que os investidores conservadores, que costumam aplicar apenas em renda fixa, devem priorizar plataformas abertas de investimento como é o caso do BTG Pactual Digital, pois segundo o especialista, são melhores para esses tipos de clientes que acabam se aproveitando de uma competição entre emissores bancários e gestoras de recursos independentes. “Boa parte dessa turma não possui área comercial, ou se possui é muito reduzida. Seus produtos precisam ser mais seguros, mais rentáveis e mais baratos, caso contrário eles não sobrevivem. É exatamente nesse tipo de investimento conservador que os mais arrojados guardam seus recursos a espera de uma oportunidade”, frisa. 

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 Sendo assim, o especialista explica que é importante ter uma carteira de investimentos balanceada, em que seja possível ter uma mescla de investimentos conservadores e mais arrojados para aproveitar momentos de alta no mercado, mas no caso de baixa, o investidor consiga de alguma forma se proteger. “Temos aconselhado nossos clientes que querem investir em ações a aportarem recursos uma vez por semana até a estabilização da Bolsa. É importante fracionar as aplicações neste momento turbulento e priorizar empresas que têm um histórico crescente de bons resultados e que você admira enquanto cliente”, recomenda Marcelo que acrescenta que embora ainda não tenhamos chegado na pior fase da crise, que, segundo ele deve durar mais alguns meses, é importante voltar os olhos para países que já tenham estabilizado o pico do surto da doença.


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