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PTB, aliado de Marconi, quer a vice de qualquer chapa

Henrique Arantes, vai provocar demandada do PTB na troca pelo MDB (Foto Y. Maeda/ALEGO)

O recado não poderia ser mais direto do deputado Henrique Arantes (PTB), filho de Jovair Arantes, presidente do partido, ao vice governador José Eliton Jr, que é o pré-candidato da base de Marconi Perillo (PSDB) a governador de Goiás, em 2018. “Se acharem que não merecemos, procuraremos outro caminho”, opinou o deputado ao afirmar que o partido dele quer a indicação do vice na chapa governista.

Em recente entrevista ao Diário de Goiás, o deputado classificou o senador Ronaldo Caiado como “brigão” e, agora, pode até negociar a vice.

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A entrevista de Arantes foi concedida ao repórter Fagner Pinho, do Tribuna do Planalto:


O PTB continuará firme na base, mesmo se não tiver espaço na chapa majoritária?
Henrique Arantes – O PTB faz parte da base desde 1998. Estivemos em todas as eleições ao lado de Marconi. Participamos da primeira e da segunda eleições de Marconi, da eleição de Alcides Rodrigues, e das eleições e reeleições de Marconi e Zé Eliton. Sempre nos questionam se somos base ou não. Só que sempre participamos do pleito como base. Em nossa chapa estava Marconi, estava Vilmar Rocha e José Eliton. Agora, se vamos participar em outubro, isso vai depender da uma reunião interna do partido e que vamos tomar a partir de abril. É claro que nosso grupo natural é esse que temos convivência de 20 anos. Isso fortalece para que haja este encaminhamento. Só que o partido precisa ser reconhecido de uma forma mais forte. O PTB, hoje, tem capital político e eleitoral muito maior do que tinha em 2014. Talvez, hoje seja o segundo partido da base. Por isso, colocamos como fator determinante [para permanência na base] que o PTB assuma a disputa de vice-governador na chapa que ele vá.

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Quais são os critérios que o sr. utiliza para colocar o PTB como segundo maior partido da base, uma vez que só há um deputado estadual?
Henrique Arantes – Hoje há apenas eu, mas elegemos cinco. E temos nas cidades goianas, Goiânia e Aparecida administradas pelo MDB, a terceira, Anápolis, administrada pelo PTB. A primeira do PSDB que é Águas Lindas, hoje é do PTB, administrada por Hildo do Candango. Temos Itumbiara, que é uma cidade muito importante. Temos aliados em várias prefeituras, como Goianésia, Senador Canedo… Ou seja, temos um grupo político com muitos líderes e líderes importantes. Esse grupo político não se resume apenas ao PTB. É maior que isso, pois quando se trata de composições, contamos com instituições, como Faeg, Acieg, ou seja, tudo isso demanda essa participação na chapa majoritária.

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Os outros partidos sempre foram contemplados. PP já foi vice. PSD também. Falta o PTB?
Henrique Arantes – Exatamente. Queremos que o PTB tenha seu candidato a vice na chapa que seja. Nossos aliados naturais são o governador Marconi Perillo e o vice José Eliton, mas se não nos quiserem, nós vamos com essa mesma proposta para qualquer outra candidatura.

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Essa condição será mantida pelo partido até o final?
Henrique Arantes – Sim. Se acharem que não merecemos, procuraremos outro caminho.

Ou Ronaldo Caiado ou Daniel Vilela? 
Henrique Arantes – Pode ser. Qualquer candidato.

Não faz objeção a nenhum deles?
Henrique Arantes – Não. Não temos brigas com ninguém. Não temos inimigos. Temos adversários, mas me relaciono muito bem com os parlamentares do MDB aqui. Votei no Iris no segundo turno em 2016, falo isso para todos. E falo também que tenho uma simpatia muito grande pelo [deputado federal] Pedro Chaves, que deve ser candidato ao Senado. Sou amigo do deputado Daniel Vilela, que foi vereador e deputado comigo. Não temos dificuldades nenhuma. Se não nos quiserem, podemos caminhar com MDB e caminhar com o DEM.

Mas no último ano o deputado Jovair Arantes concedeu entrevistas dizendo ter dificuldades em compor com Caiado. Não existe mais essa dificuldade?
Henrique Arantes – Acho que não. Política tem que ser conversada. Não temos que fechar portas com ninguém. Deixar que um mal entendido que aconteceu há um ano ou dois anos, ou se um olhou torto para um em um dia qualquer na rua e não me cumprimentou, sirva para fechar um canal de comunicação. Isso não existe na política.

A base ficou muito grande para que todos os partidos sejam contemplados?
Henrique Arantes – Sei que há vários partidos na base e que há outros chegando. Mas sei que não há nenhum partido que tenha as qualidades que o PTB tem, nesta base. Cada um tem seu mérito, mas o PTB teve um resultado eleitoral muito importante nas últimas eleições municipais. Teremos também uma chapa de parlamentares muito competitiva neste ano. Tenho certeza que menos de três deputados não elegemos. Queremos fazer quatro, ou, com sorte, cinco deputados e repetir o que fizemos na eleição passada. Só que agora em uma chapa pura, que estamos desenhando. Temos um exército de prefeitos, apoiadores, vereadores e queremos fazer este encontro no próximo mês para mostrar a força do partido.

Por qual motivo, diante desta força, o partido não vem sendo contemplado, chegando ao fato do deputado Jovair Arantes ter se distanciado do governador após a eleição de 2014, além do sr. ter ficado em algumas votações contra o governo? Por que não há uma relação tranquila entre PTB e governo?
Henrique Arantes – De nosso lado, sempre foi uma relação tranquila. Essa pergunta tem que ser feita ao governador em pessoa, para saber por que o PTB nunca teve o espaço que mereceu. Talvez teve o espaço de que mereceu na ótica dele, e na nossa ótica não. Talvez seja isso. Mas, com certeza, eu não posso te responder essa pergunta. Em meu ponto de vista, merecia mais.

Hoje a oposição tem a maior chance de voltar ao poder no Estado? Se conseguir, claro, se unir?
Henrique Arantes – Sim. Se a oposição se unir, ninguém ganha dela. Se unir o MDB que tem uma grande militância e o Democratas, que tem uma grande representação com seu líder, o senador Ronaldo Caiado, ninguém ganha deles, pois mesmo você tendo um nome novo, que é o de José Eliton, mesmo utilizando uma metodologia de gestão completamente diferente, ele carrega 20 anos de desgaste político natural. Isso é difícil de ser revertido. Mas acredito que o jogo político está empatado. E neste cenário, com todos os nomes, qualquer um pode vencer.

O que pode fazer a base perder? A divisão, também?
Henrique Arantes – A divisão da base pode fazer com que ela perca. A união da oposição também. Acredito que são esses os dois principais fatores. O terceiro é o andamento do programa Goiás na Frente. Ele vai ser fundamental para a reeleição de José Eliton.

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Altair Tavares: