Pré-candidato do PSB critica omissão da prefeitura, que deixa a gestão nas mãos das empresas e se reúne apenas uma vez por ano e só para discutir o aumento da tarifa; para ele, Goiânia precisa de um ousado projeto de desenvolvimento econômico, estimulando as vocações da cidade, para aumentar a receita de tributos de modo que haja dinheiro para investir naquilo que a população deseja e cobra
O pré-candidato do PSB à Prefeitura de Goiânia, Vanderlan Cardoso, criticou na noite desta terça-feira (12/04) o jogo de empurra-empurra entre o Paço Municipal e as empresas do transporte coletivo na capital. Ele criticou duramente a gestão do sistema pela Companhia Metropolitana do Transporte Coletivo (CMTC) e pela Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo (CDTC), que se reúnem “uma vez por ano apenas e só para discutir o aumento da tarifa”.
Falando a liderança de bairros e pré-candidatos a vereador do PHS, na Sala Deputado Solon Amaral da Assembleia Legislativa, o empresário disse que já passou da hora de o prefeito de Goiânia assumir efetivamente a gestão do transporte para resolver o problema.
Vanderlan citou o exemplo de Senador Canedo, onde foi prefeito entre os anos de 2000 e 2008, época em que a administração municipal não admitiu a interferência das empresas na definição das linhas e dos pontos de ônibus que serviriam ao município. “Fizemos ouvindo a população, onde a parada era necessária para o usuário, e não para o empresário do ônibus. Desse jeito, no interesse do povo, as linhas, que eram só sete, cresceram para 23”, exemplificou.
Vanderlan destacou a necessidade de integração da política de mobilidade com a infraestrutura de tráfego. Para ele, Goiânia é carente de trincheiras e de viadutos e que os poucos aparelhos existentes na capital foram construídas a preços exorbitantes e em um prazo inexplicavelmente longo. “Teve viaduto pré-moldado que demorou dois anos para ficar pronto. Aí não tem condição”, criticou.
Presidente metropolitano do PSB, Vanderlan reconheceu o acerto na implantação de corredores exclusivos para o transporte coletivo, iniciativa que, para ele, precisa ser intensificada nas próximas gestões.
Desenvolvimento
Vanderlan fez uma contundente queixa sobre falta de visão estratégica de seguidas gestões anteriores em Goiânia que optaram pela desindustrialização da capital, limitando a economia da cidade ao segmento de serviços. Exemplificando que implantou em Senador Canedo quatro distritos industriais sem qualquer apoio do governo do Estado, disse que essa ideia equivocada segurou o desenvolvimento econômico, gerando uma queda acentuada na arrecadação de tributos.
“Em anos passados, Goiânia tinha uma fatia de 32% no Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Hoje, esse índice é de 17%. Aí falta dinheiro para o asfalto, para a iluminação, para a escola e para o transporte. É preciso retomar o processo de desenvolvimento da nossa capital, atraindo de volta as indústrias, criando polos regionais de desenvolvimento, estimulando as vocações do município, dando emprego ao trabalhador na sua região e fazendo a crescer o caixa da prefeitura.”
Desenvolver a economia é, segundo Vanderlan, a alternativa mais inteligente para, a médio e longo prazos, tirar Goiânia da greve crise financeira que vive atualmente, equilibrar as finanças e retomar os investimentos da municipalidade nas áreas que população mais demanda.
Um exemplo citado pelo pré-candidato e que despertou amplo interesses dos membros do PHS foi a criação de um polo de confecções, aproveitando a inegável vocação da cidade, que fez com que a Feira Hippie se tornasse a maior feira ao ar livre da América Latina. Outro exemplo citado por Vanderlan foi o do polo moveleiro, que, abandonado em Goiânia, transferiu-se para Senador Canedo, onde prosperou.
PHS
Cerca de 50 lideranças do PHS, mais o deputado estadual Virmondes Cruvinel (PPS), participaram do bate-papo com Vanderlan. Ele foi recepcionado pelo presidente metropolitano da sigla, o ex-presidente da Câmara Municipal de Goiânia Marcelo Augusto. Antes, Marcelo fez uma atualização sobre a legislação eleitoral e os cuidados dos pré-candidatos para não serem surpreendidos com acusações de campanha antecipada, situação que pode resultar em multas e cassação de registros de candidaturas.
Vanderlan dialogou com os humanistas dentro de um projeto inovador da sigla de abrir conversações com todos os pré-candidatos a prefeito da Capital para, então, o conjunto do partido decidir a qual deles declarar apoio.
Ao final, respondendo a perguntas, Vanderlan ainda repassou em linhas gerais seus planos, ainda em fase de discussão e amadurecimento, para as áreas de segurança pública, descentralização administrativa, coleta de lixo, saúde, educação infantil e trânsito.