O governo de Jair Bolsonaro, mentiu para o governo da Arábia Saudita sobre o destino das joias avaliadas em R$ 16 milhões, um presente para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. A informação é do jornal O Estado de S. Paulo.
Em uma carta obtida pelo jornal, destinada ao príncipe árabe Abdulaziz bin Salman Al Saud, o então ministro de Minas Energia, Bento Albuquerque, disse que as joias teriam sido incorporadas à “coleção oficial brasileira” conforme determina “a legislação nacional e o código de conduta da administração pública”. O texto não menciona que os objetos foram apreendidos pela Receita Federal.
Ainda na carta, Albuquerque agradeceu a recepção que a comitiva brasileira teve durante a passagem pelo país em outubro.
Segundo o Estadão, a carta foi enviada em 22 de novembro de 2021, quase um mês após a confiscação das joias no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo.
Durante um ano, auditores da Receita Federal que tiveram alguma informação sobre os diamantes destinados à então primeira-dama, sofreram pressões do então chefe do órgão, Julio Cesar Vieira Gomes, e passaram a ter receio de acessar os sistemas ligados ao assunto ou falar sobre o tema.
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Em fevereiro de 2022, o órgão emitiu um auto de infração e declarou a “pena de perdimento aos bens por abandono” e abriu ainda um prazo para que o governo recorresse. No entanto, como não houve manifestação, o “abandono” foi registrado em 25 de julho do ano passado.
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