Violência na Web • atualizado em 26/06/2023 às 02:09

O que é Discord? Aplicativo usado por criminosos e que virou reportagem no Fantástico

Trecho de vídeo ao vivo em que vítima é "obrigada" a obedecer Izaquiel Tomé dos Santos, preso na última semana. (Imagem: reprodução)
Trecho de vídeo ao vivo em que vítima é "obrigada" a obedecer Izaquiel Tomé dos Santos, preso na última semana. (Imagem: reprodução)

O app Discord, antes usado para comunidade de jogos eletrônicos, permite transmissões de vídeo ao vivo que não ficam salvos

Após a reportagem do programa Fantástico, da TV Globo, neste Domingo (30), sobre o Discord, o assunto na internet não é outro. Especificamente no Twitter já são mais de 500 mil citações e outras milhões de reações sobre o aplicativo de mensagens e vídeos onde estão acontecendo crimes envolvendo menores de idade, os fazendo de vítima.

Mas o que é o Discord? Até então, ele era um aplicativo de voz e mensagens gratuito, projetado inicialmente para comunidades de jogos, mas que virou uma ferramenta para que criminosos pudessem cometer abusos. Se trata de vídeos e conversas que incentivam a automutilação, abusos, tortura psicológica e vários outros tipos de crueldade contra animais e até pedofilia.

Como exemplo, o programa da Globo mostrou, após ser procurado por ativistas que acompanham redes sociais para identificar e denunciar crimes, o tipo de material violento disponível no aplicativo Discord. O que favorece os criminosos é que as transmissões ao vivo, se não gravadas por alguém, não ficam registradas.

Na reportagem ainda foram mostradas fotos e vídeos de pessoas ferindo o próprio corpo com lâminas – sendo que incentivo à automutilação é crime no Brasil – criminosos desafiando alguém a praticar violência contra si ou contra animais.

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Uma das pessoas que foi presa por crimes por meio do Discord e exposta no Fantástico foi Izaquiel Tome dos Santos, de apenas 20 anos, mais conhecido como “Dexter” nos grupos do aplicativo. Ele foi responsável por chantagear, ameaçar e explanar informações de garotas menores de idade, Veja o trecho da reportagem abaixo.

Por fim, o programa da Globo afirmou que Nos Estados Unidos, o Discord já vem sendo questionado na Justiça e foi processada, junto com outros aplicativos, pela família de uma menina que, aos 11 anos, foi vítima de exploração sexual nas redes e tentou se suicidar.

Já no Brasil, pela lei, o Marco Civil da Internet, as plataformas não são responsabilizadas pelo o que é divulgado nelas, e ficam isentas de responsabilidade. As redes sociais e outras plataformas apenas retiram do ar conteúdos sob ordem judicial, mas como no Discord tudo acontece sem monitoramento devido e transmissões ao vivo que somem depois, fica difícil para a lei.

Em nota ao Fantástico, o Discord apenas informou que está “colaborando ativamente com o governo e agências de aplicação da lei no Brasil e nos Estados Unidos, enquanto trabalhamos para o objetivo comum de prevenir danos”.

Vale lembrar que, nesta terça (2), a Câmara dos Deputados vai votar o projeto de lei que tenta estabelecer regras para a regulação das plataformas digitais, por exemplo, responsabilizando-as por conteúdos criminosos.


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