Quase um mês após o grupo de Daniel Vilela romper e desembarcar da gestão do prefeito Rogério Cruz (Republicanos) o MDB quer virar a página e seguir seu rumo na administração pública. O partido é “muito grande” e “não depende de cargos” e o rompimento aconteceu porque igual há um casamento, “acabou o amor”, mas a vida segue. É assim que avalia o presidente metropolitano Carlos Alberto Branco Júnior em entrevista ao Diário de Goiás, portal parceiro do site Altair Tavares publicada neste sábado (24/04).
O presidente afirma que todos os partidos terão uma dura eleição em 2022. O ano já começou, além de fazer o alerta com relação à uma figura antagônica ao MDB: para ele, o ex-governador Marconi Perillo (PSDB), está mais do que vivo. “Quem pensa que o Marconi morreu, vai cair do cavalo. Marconi não está morto politicamente. É uma liderança que tem que ser respeitada em Goiás”, destacou.
Confira a entrevista na íntegra
Qual o balanço que se faz após esse período de saída do MDB? Como o partido se reorganizou?
O partido, neste curto período, teve muitas reuniões internas. Já começamos a traçar estratégias. Estou andando, correndo as bases do partido, ajudando nosso presidente Daniel Vilela em todo o estado. O MDB é um partido muito forte, respeitado, muito grande. É um partido que a população goiana tem muito respeito e carinho, pois sabe que é um partido de realizações e compromisso com o povo. É essa mensagem que levaremos em 2022.
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A gestão Rogério Cruz é passado total ou o MDB ainda mantém algum tipo de contato?
As pessoas que saíram, e respondo por mim, é página virada, bola para frente. Já falei para o próprio prefeito que desejo a ele toda sorte do mundo e que consiga colocar em prática e realizar nossas propostas de campanha. É isso que a população goianiense deseja dessa gestão. Já me coloquei à disposição dele. O MDB saiu da gestão por não concordar com várias atitudes, mas jamais queremos o mal da população. No que pudermos ajudar, estaremos sempre à disposição para auxiliar a fazer uma administração do nível que o eleitor goianiense esperava quando depositou o voto em Maguito Vilela.
Como o partido avalia a possibilidade de Henrique Alves voltar para a Seplahn?
O vereador Henrique não saiu da base do prefeito. Nós vemos com naturalidade. O MDB é um partido muito democrático. Em momento nenhum, nosso presidente Daniel obrigou ninguém a tomar nenhuma atitude. Tomou atitude quem sentiu que era o momento, que algumas atitudes da gestão não foi ao encontro do nosso anseio. Aqueles que não acharam, continuaram. Essa é uma decisão do vereador Henrique, que o MDB respeita.
Quem perdeu mais nesse rompimento, a gestão ou o MDB?
Não tem quem perdeu mais ou quem perdeu menos. São caminhos diferentes. O MDB pensa de uma maneira e a gestão do Republicanos pensa de outra maneira. Você não precisa terminar o casamento de maneira brigada. O casamento pode acabar porque terminou o amor. Na minha opinião, o casamento acabou porque acabou o amor. Você não precisa ficar sem conversar com sua ex-esposa. Queremos que o Republicanos siga a vida deles e nós estamos seguindo a nossa. O MDB tem musculatura, base e não precisa de cargos. O pessoal que saiu sabe fazer política. Tem quase 24 anos que estamos na oposição no estado. Quantos já saíram do MDB e deixaram as benesses do poder os encantar? Mas o MDB continua como o maior partido de Goiás, aquele partido que dita a política em Goiás. A história está aí. Tem muita gente disposta a trabalhar. O MDB está unido, mais do que nunca.
Quais os objetivos desses contatos no interior de Goiás?
Nós estamos viajando o estado, conversando com as lideranças, com a base do partido. Um partido forte se faz como uma casa, com uma base sólida. Estamos conversando para ver o que essa base pensa para 2022, o que ela quer. A vitória em 2022 passa pela base. O que faz um partido é a base. O que faz uma vitória nas urnas é escutar o anseio da população. Foi isso que fizemos em Goiânia em 2020. Escutamos que o goianiense queria continuidade. Aí fomos buscar o Maguito. Temos que pensar isso a nível de Goiás, ver o que a população quer. É um estado em que a população não está satisfeita com a atual administração. Temos que ver o que esse estado quer. Se essa base nossa quer dar um voto de confiança para o atual governador ou quer mudança. É para isso que estamos andando e caminhando.
A eleição de 2022 já começou. A tendência dessa eleição é um tripolo? Marconi e aliados de um lado, MDB e aliados de outro e Caiado e aliados de outro?
No meu ponto de vista, a política em Goiás está muito aberta. Passou a ser completamente diferente do que há quatro anos, quando você tinha dois pólos definidos. O PT e a esquerda oscilava entre os polos. Hoje, todo mundo está namorando com todo mundo. Vamos escutar todas as nossas lideranças, no estado inteiro. Nosso presidente Daniel Vilela está andando muito, fazendo muita reunião. Está todo mundo andando e tentando captar o que nossa população quer. O momento agora é de andar e ouvir. A política goiana está completamente aberta. Quem pensa que o Marconi morreu, vai cair do cavalo. Marconi não está morto politicamente. É uma liderança que tem que ser respeitada em Goiás. Respeitamos muito o ex-governador Marconi Perillo.