Presidente falou do opositor de Nicolás Maduro durante encontro com o próprio nesta segunda-feira (29)
Apesar de ter ocorrido na segunda-feira (29), o encontro dos presidentes Nicolás Maduro, da Venezuela, e do chefe do Executivo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ainda tem repercutido. Isso por que o petista chamou o principal opositor venezuelano de Maduro, Juan Guaidó, de “impostor” e ele resolveu responder.
Em uma entrevista exclusiva à CNN na terça-feira (30), Guaidó considerou fala de Lula um ataque e uma “afronta à democracia”. Assim como muitas pessoas tem criticado, o opositor de Nicolás Maduro classificou o convite ao atual presidente da Venezuela para que participasse da cúpula com outros presidentes sul-americanos em Brasília como um problema, um “incentivo à impunidade”.
Guaidó lembrou, ainda em entrevista à CNN, que há “milhões de lares” no país que “não têm acesso à energia elétrica”, que a Venezuela acumula presos políticos e que o governo de Maduro promove censuras.
Vale lembrar que Juan Guaidó se autodeclarou presidente da Venezuela em 2019, após pleito. Na época, parte da comunidade internacional, como Estados Unidos, União Europeia e até o Brasil durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL), o considerou mesmo como chefe de Estado no país.
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Lula por sua vez, já havia dito, antes do posicionamento de Guaidó, que seu encontro com Maduro foi necessário. “Se eu quiser vencer uma batalha, eu preciso construir uma narrativa para destruir o meu potencial inimigo. Você sabe a narrativa que se construiu contra a Venezuela, de antidemocracia e do autoritarismo”, disse o presidente do Brasil.
Mesmo assim, a fala do petista foi criticada por outros presidentes que também estiveram com Lula nesta semana. Gabriel Boric, do Chile, e Luis Alberto Lacalle Pou, do Uruguai, afirmaram que todos sabem o que eles pensam sobre a Venezuela e seu atual governo.
“Maduro é um presidente que faz parte do continente nosso, desse pedaço do continente americano. E o Maduro foi convidado, e houve muito respeito com a participação, inclusive com os presidentes que fizeram críticas, fazendo críticas no limite da democracia”, reafirmou Lula.