As manifestações em defesa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) marcadas para esta terça-feira (7) de setembro feriado de Independência do Brasil, devem ditar os rumos da crise institucional e podem dar novas sinalizações para a disputa das eleições de 2022. Para o deputado federal Delegado Waldir (PSL), estímulo de Bolsonaro ás manifestações é estratégia.
Para o delegado, os patriotas de direita tem o dia 7 de setembro uma melhor data para se manifestar. ”Quer melhor para o 7 de setembro para o patriota, de direita e conservador se manifestar? É uma grande jogada de marketing. Pega um 7 de setembro antes das eleições e não deve ser diferente no ano que vem. É colocar a militância para trabalhar”, afirma.
O evento busca reunir diversos grupos que compuseram a coalizão que alçou Bolsonaro à presidência. A expectativa é que estejam presentes evangélicos, ruralistas, caminhoneiros e até policiais e militares. Bolsonaro anunciou que comparecerá aos atos em Brasília, pela manhã, na Esplanada dos Ministérios, e em São Paulo, à tarde, na Avenida Paulista.
Ainda de acordo com o delegado, os atos é uma manifestação legítima e mostra a força da militância. Waldir ressalta a inteligência do presidente, e disse que ele soube enxergar nas ruas a força que antes era absorvido com pessoal da esquerda.
”Com Lula, sempre víamos UNE, MST e sindicatos. A extrema-direita conseguiu fazer essas movimentações, que antes só pertenciam à esquerda”, disse delegado Waldir.
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Delegado Waldir x Bolsonaro
Delegado Waldir (PSL-GO) foi eleito a deputado federal em 2014 pelo PSDB como o candidato mais votado em Goiás. Conheceu Jair Bolsonaro nos corredores do Congresso Nacional quando o presidente ainda era parlamentar. Com pautas em comum, como na área a segurança pública, os dois se aproximaram. Em 2018, Delegado Waldir acabou indo para o PSL para apoiar a candidatura à Presidência de Bolsonaro.
Ainda em 2019, Waldir, na época líder do PSL na Câmara, acabou rompendo com o presidente depois que o Palácio do Planalto articulou para que a liderança do partido fosse substituída. A ideia de Bolsonaro era trocar Waldir por Eduardo Bolsonaro.
Durante a crise, foi vazado um áudio em que Delegado Waldir chamava Bolsonaro de “vagabundo” e que ameaçava “implodir” o presidente. “Eu sou o cara mais fiel a esse vagabundo. Eu andei no sol em 245 cidades gritando o nome desse vagabundo”, dizia Waldir em um dos trechos.
Com apoio das forças de segurança de Goiás, Waldir já admitiu para aliados que seu rompimento com o bolsonarismo não lhe rendeu grandes perdas e seu capital político segue garantido. Para 2022 o parlamentar sinaliza que pretende seguir na Câmara dos Deputados.