Deputado mais votado do Paraná, Deltan Dallagnol teve mandato cassado por ter deixado cargo de procurador para disputar as eleições
O ex-procurador e ex-coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, que chegou a votar contra a aprovação da proposta do governo sobre as novas regras fiscais, mesmo com o mandato de deputado federal cassado na semana passada pelo Tribunal Superior Eleitoral, parece ter aceitado a derrota. Quem contou foi o jornalista Ricardo Noblat, colunista do Metrópoles.
Deltan ainda tem prazos e ritos a serem cumpridos no Congresso, atividades mesmo quando um parlamentar é cassado pela Justiça. Porém, assim quando terminar tudo, de acordo com Noblat, Deltan perde o gabinete, as chaves do gabinete, os funcionários que o cercam, o broche de deputado que carrega no paletó.
Ainda segundo o o colunista, o ex-procurador deve retornar a Curitiba, mesmo acreditando que os colegas vão discutir a decisão da sua cassação no tribunal. Noblat ainda escreve que Dallagnol sempre foi mal visto pelos que reclamam da demonização da política, assim como o ex-juiz e atual senador Sérgio Moro (Podemos-PR), que, segundo bastidores, pode ser o próximo a ter mandato cassado.
Vale lembrar que Deltan teve mandato cassado, e permanecerá por 8 anos assim, por que, segundo a Justiça, deixou o cargo de procurador para disputar as eleições de 2022. Por unanimidade, o TSE o cassou sob o argumento de que fraudou a Lei da Ficha Limpa.
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Segundo Dallagnol, os sete ministros combinaram nos bastidores a decisão de retirar seu mandato antes mesmo de o tema ser julgado pelo plenário do tribunal. Deltan justificou assin:
“O presidente da República tem um poder imenso na mão ao escolher os integrantes do Supremo. Esse poder faz com que muitos ministros, autoridades, vão dançar a música que o presidente decidir tocar; e o presidente já tocou uma música muito clara em diversos momentos, que é a música da vingança contra a Lava Jato.“
“Quando eu fui cassado, todo o sistema comemorou, pessoas de diferentes partidos que tinham sido acusadas. Sem o apoio desses políticos e desses partidos, esses ministros jamais estariam na lá. Estão escolhendo os casos que anulam, estão atuando seletivamente.“