Cultura • atualizado em 02/03/2020 às 13:24

Goiânia recebe feira com mais de 100 publicadores independentes

Feira e-cêntrica ocorre na capital nesta semana. (Foto: Layza Vasconcelos/Divulgação)
Feira e-cêntrica ocorre na capital nesta semana. (Foto: Layza Vasconcelos/Divulgação)

Mais de 100 publicadores independentes de seis estados e do Distrito Federal integram a feira e-cêntrica, nos dias 7 e 8 de março, na Vila Cultural Cora Coralina, no Centro de Goiânia. Expositores apresentam, para público de todas as idades, seus livros especiais, histórias em quadrinhos, zines e artes gráficas.

A programação gratuita inclui oficinas, minicurso e rodas de conversa com escritores, editores e pesquisadores, exposições de arte, além de lançamentos literários. Apoio: Lei Municipal de Incentivo à Cultura e apresentação do Fundo de Arte e Cultura de Goiás, por meio do edital de fomento à literaura de 2018.

A feira e-cêntrica é uma ação de apoio à inovação do mercado editorial e, em 2020, integra o Projeto Madalena Caramuru. Realizado pela Nega Lilu Editora e pela Casa da Cultura Digital, o trabalho visa impactar a cadeia produtiva do livro de ponta a ponta: estimulando a leitura, formando novos autores, motivando a autopublicação e buscando circulação independente para a produção gráfica e literária.

“A qualificação de leitoras e leitores, a valorização da autoria, a atualização do papel das editoras, distribuidoras e livrarias e a busca de novos modelos de negócios estão entre os aspectos fundamentais para a inovação no mercado editorial”, defende a coordenadora e curadora da e-cêntrica, a escritora e editora Larissa Mundim.

De acordo com ela, a estratégia da e-cêntrica passa também pelo combate à invisibilidade da produção gráfica e literária nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste do Brasil, pelo fortalecimento e ampliação da atuação de pessoas racialmente e sexualmente sub-representadas desta cadeia produtiva e pela busca de alternativas de difusão e comercialização da produção. Para além da feira de publicações independentes, o trabalho desenvolvido pela e-cêntrica pode ser conhecido em www.e-centrica.org .

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Expositores

As editoras, selos literários, coletivos criativos e artistas gráficos que compõem a feira passaram por processo seletivo que considerou esta visão e-cêntrica. Sendo assim, para a curadora, juntamente com a qualidade do trabalho, a representatividade foi critério fundamental na escolha dos expositores. “Gênero, sexualidade e as questões étnico raciais estão contempladas pela curadoria”, ressalta Mundim. Segundo ela, aos poucos a e-cêntrica vem atraindo o interesse de publicadores indígenas, idosos e de pessoas com deficiência, cuja autoria já está representada desde as primeiras edições da feira.

A primeira edição da e-cêntrica teve 64 expositores e a segunda contou com 80. Com o aumento do número de editoras, selos literários, coletivos criativos e artista gráficos, a curadoria garantiu a ampliação de representatividade. Assim, em 2020, cresceu a participação de mulheres, negros, LGBTQIs e autores indígenas estão contemplados por meio de publicações de editoras como a AUA (DF) e a Pólen Livros (SP).

Atividades formativas

Os trabalhos gratuitos de formação se iniciam um dia antes da feira, com a Oficina Peripatética de Escrita Criativa, conduzida pela escritora e jornalista Cássia Fernandes (GO), nas ruas do Centro de Goiânia. Ao todo são mais de 20 oficinas, rodas de conversa e o minicurso com a editora Lizandra Magon (Pólen Livros). As inscrições estiveram abertas até 3 de março e mais de 300 vagas foram disponibilizadas para pessoas interessadas em leitura, escrita, literatura e em estratégias pedagógicas de estímulo à leitura.

Ainda há vagas para os bate-papos, com destaque para as rodas de conversa conduzidas por escritoras e editores de todo o Brasil. No sábado, “Lesbiandade na obra de Cidinha da Silva”, é destaque na programação, com a presença da autora. Ainda no dia 7, diversidade, inclusão e acessibilidade é tema da conversa com quatro autores goianos: Ademar de Queiroz, Ana Christina da Rocha Lima, Carla Lacerda e Chyntia Barcellos.

No dia 8, a ilustradora Ciça Fittipaldi, indicada pela quinta vez para o Prêmio Hans Christian Andersen, discute aspectos do mercado editorial com os ilustradores Juliana Russo Burgierman (SP), Luana Santa Brígida (GO) e Nestor Junior (SC). O negócio livreiro é destaque na pauta de domingo, por meio do bate-papo “Novas estratégias de distribuição no mercado editorial”, que reúne Larissa Mundim (GO), Lizandra Magon (SP), Rodrigo Acioli (PE) e Wallison Gontijo (MG). Confira abaixo a programação completa da feira e-cêntrica de publicações independentes.

Confira a programação

6/3 sexta

9h  ̶  Oficina Peripatética de Escrita Criativa, com Cássia Fernandes  – parte 1
Local: Vila Cultural Cora Coralina (ponto de saída)

14h – Publique-se! Oficina de zine para professores, com Rico Lopes e Delza Eloy. Local: Centro Cultural UFG

17h30– Que negócio é esse?
Local: O Jardim/Evoé Café
Convidados: Larissa Mundim (NegaLilu),  Lizandra Magon (Pólen Livros), Rodrigo Acioli (Titivillus), Wallison Gontijo (Impressões de Minas) e Wilson Rocha (Livraria Palavrear)

20h30 – Sarau #maisumsemdor e festinha de abertura da feira e-cêntrica
Local: Evoé Café

7/3 sábado – Vila Cultural Cora Coralina

9h  ̶  Oficina Peripatética de Escrita Criativa, com Cássia Fernandes – parte 2 

9h às 12h– Oficina de narração de histórias, com Juliana Mado

9h – SINGULARIDADES: desenho e transgressão, com Ana Paula Francotti. Presença de modelo vivo

14h– Oficina de poesia, com Lucão

14h – Oficina de carimbos artesanais, com Rebellium Coletiva

14h – Oficina de livro cartonero, com Tatiana Nascimento

14h – Minicurso: Edição de texto e representatividade, com Lizandra Magon

13h – Faço seu retrato (cego), se você fizer o meu: Intervenção artística com Ana Francotti  

17h15 – Bate-papo: Diversidade, inclusão e acessibilidade com Ademar de Queiroz, Ana Christina da Rocha Lima, Carla Lacerda e Chyntia Barcellos

19h30 – Lançamento literário coletivo

Parem de nos matar, de Cidinha da Silva (Pólen Livros)

Sim, de Eliete Della Violla (autopublicação)

Pequenos acasos cotidianos, de Juliana Russo Burgierman (Sala Aberta)

Nosso amor não é bom pra ninguém  breve catálogo de desamores, de Ricardo Rodrigues (Experimentos impressos)

8/3 domingo – Vila Cultural Cora Coralina

10h – Oficina de Colagem, com Wolney Fernandes

10h – Oficina de Modelagem em Massinha como estratégia de mediação de leitura, com Larissa Toschi

10h – Oficina de zine, com Adriana Mendonça e Ilda Santa Fé

14h – Oficina de Encadernação artesanal, com Telma Camargo

14h – Oficina de Linogravura, com Luiz Antena

14h às 17h – Oficina de Desenho contemporâneo, com Patrícia Ferreira

14h – Roda de conversa: Desafios contemporâneos da ilustração no mercado editorial, com Ciça Fitipaldi (GO) e convidados: Juliana Russo Burgierman (SP), Luana Santa Brígida (GO), Lucas Gehre (DF) e Nestor Júnior (SC)

15h – Bate-papo: Lesbiandade na obra de Cidinha da Silva, com a presença da autora

16h – Roda de conversa: Novas estratégias de distribuição no mercado editorial, com Larissa Mundim (GO), Lizandra Magon (SP), Rodrigo Acioli (PE) e Wallison Gontijo (MG)

18h30 – Lançamento literário coletivo

Dias de chuva, de Gustavo Neiva Coelho (Trilhas Urbanas)

Leve sua culpa branca pra terapia, de Tatiana Nascimento (padê editorial)

Peri patê, vários autores (autopublicação resultante da Oficina Peripatética de Escrita Criativa)


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