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Começa a restauração do pórtico alusivo ao Batismo Cultural de Goiânia

Imagem do pórtico alusivo ao aniversário de Goiânia e o batismo cultural da cidade

Imagem do pórtico alusivo ao aniversário de Goiânia e o batismo cultural da cidade (foto divulgação)

O Pórtico alusivo ao Batismo Cultural de Goiânia passará por obras de restauração. A edificação, construída para a “Exposição de Goiânia”, extenso evento programado para julho de 1942, por ocasião da inauguração da cidade, foi erguida no Instituto Federal de Goiás (IFG) – Campus Goiânia. Inicialmente, as obras teriam início em março deste ano. Mas por conta da pandemia, o processo precisou ser adiado. Uma nova data foi marcada para começar as obras. Segundo Elysium Sociedade Cultural, empresa responsável pelo projeto de revitalização, o restauro vai começar no dia 10 de agosto.

Produtora da Elysium Sociedade Cultural, Anabella Borghi explicou que o projeto é comtemplado pelo Fundo de Arte e Cultura de Goiás (FAC). “O projeto foi comtemplado em 2017, mas o recurso só foi liberado em dezembro de 2019. Estávamos organizando para começar as obras no começo deste ano, mas teve um atraso por conta da pandemia”, disse. Na obra serão empregados R$ 500 mil.

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Segundo o arquiteto responsável pela obra, Adriano Carvalho, a expectativa é que a restauração seja entregue três meses após o início das obras. “Por ser uma obra de restauro, temos uma série de cuidados que devem ser tomados”, explicou. Adriano ressaltou que um dos elementos que chamam atenção no Pórtico, construído no estilo art déco, é a laje. “É uma laje muito fina que cria uma sensação de leveza”, disse. O engenheiro também adiantou que será feito um serviço de paisagismo em volta do Pórtico.

O coordenador do projeto de restauração, Wolney Unes, contou que a construção agregou o que havia de mais moderno na época. “Chama a atenção a esbeltez da laje e dos pilares, algo possível apenas com o uso do concreto armado, tecnologia recém-desenvolvida naquela época”, explicou. “Ainda hoje, por ocasião da elaboração dos cálculos estruturais para recuperação da laje, o engenheiro calculista ficou impressionado com a precisão do projeto e de sua execução”, acrescentou.

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Para a Diretora Geral do Campus Goiânia do Instituto Federal de Goiás, professora Maria de Lourdes Magalhães, a restauração do Pórtico alusivo ao Batismo Cultural de Goiânia significa uma vitória para a comunidade acadêmica, bem como para toda comunidade goianiense. “O Instituto Federal de Goiás – Campus Goiânia – sempre se preocupou com a manutenção e preservação de sua sede que foi tombada em 2003 pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)”, afirmou.

Jorge Félix de Souza

O pórtico é obra do engenheiro e arquiteto Jorge Félix de Souza. O engenheiro nasceu em 1905 na cidade de Goiás e formou-se no Rio de Janeiro, na então Universidade do Brasil. “Posteriormente, Jorge cursou especialização em Cálculo de Concreto Armado e Resistência de Materiais, e trabalhou no Rio de Janeiro e Minas Gerais, antes de voltar a Goiás”, disse Wolney Unes.

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Wolney ressaltou, que apesar da importância do arquiteto, existem poucos relatos sobre sua vida. “Além dessa obra, projetou a Igreja Imaculado Coração de Maria, na confluência da Av. Araguaia com a Av. Paranaíba, além de ter elaborado o cálculo estrutural do Teatro Goiânia”, disse. “Muito religioso, foi agraciado pelo papa Pio XII em 1956 com a comenda de Cavaleiro da Ordem de São Silvestre, por seu trabalho em favor de obras religiosas, em 30 de outubro”, acrescentou.

Em 1958, Jorge Félix foi um dos fundadores da Sociedade Goiana de Cultura, mantenedora da Universidade Católica de Goiás. Foi cofundador da Escola Goiana de Belas Artes, instituição católica de ensino superior, que daria origem à Faculdade de Arquitetura da PUC Goiás. “Ali deu aulas de Elementos de Perspectiva e Arquitetura Analítica e Geometria Descritiva no curso de Arquitetura”, disse Wolney.

Jorge Félix de Souza também foi professor na então Escola Técnica Federal de Goiás, participou da fundação da Faculdade de Filosofia de Goiás e deu aulas nessa faculdade de Matemática. Além disso, Jorge Féliz foi diretor da Escola Técnica Federal de Goiás, por dois anos. Ele morreu em 1983 em decorrência de colapso cardíaco fulminante, em Goiânia.

Categorias: Cultura Goiânia
Altair Tavares: