O secretário de segurança pública e administração penitenciária de Goiás, Ricardo Balestreri, defende, dentro do governo Marconi Perillo (PSDB), que seja feito o desmembramento da pasta que ele dirige. Para ele, os policiais militares ( PMGO) devem se dedicar ao policiamento e não à guarda de presos, como acontece em algumas localidades. “Quem prende não deve ser quem guarda”, disse ele.
Segundo Balestreri, a sugestão de criação de uma nova secretaria de administração penitenciária já foi seguida por 19 estados e ele recomendou ao governo de Goiás que seja feito o mesmo.
A defesa foi feita em entrevista à Rádio Vinha FM, veja na íntegra:
Altair Tavares – Qual sua posição sobre a ideia de desmembrar a Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária?
Ricardo Balestreri – “Eu sou totalmente favorável a isso. No Brasil inteiro a tendência é essa separação em duas Secretarias. Já temos 19 Estados fazendo isso. Isso se dá em função de uma recomendação internacional que diz sinteticamente que quem prende não deve ser quem guarda. Porque? Primeiro por um princípio diria até filosófico pedagógico. Quem prende envolve um tipo de energia que é diferente daquele que é o guardador do preso.
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Se você prende, você tem um envolvimento mais emocional com a prisão. Mas não é só isso. Tem uma questão de ordem administrativa. Se quem prende é quem guarda e o sistema é muito carente, com o tempo você começa a ter a tentação de começar a usar a polícia que prende para também ser ela quem guarda.
E a polícia não foi feita para guardar preso. A polícia tem outra finalidade, outra expertise, outra formação. Quem guarda preso é agente prisional. Se você tem os dois sistemas juntos, com uma carência muito grande, com o tempo as falhas e faltas começam a aparecer.
Falta agente prisional, espaço físico. A tentação é de que você começa a jogar preso em delegacia, a trazer a Polícia Militar para guardar preso e isso é uma confusão inadmissível. Não se pode fazer isso. Esse é um dos freios de arrumação que o governador me pediu para colocar no Estado para corrigir falhas do sistema. Temos hoje uma grande quantidade de policiais militares e civis envolvidos com guarda de preso. Isso é inadmissível em qualquer parte do mundo”.
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