Coluna Alta • atualizado em 03/07/2017 às 14:36

A maior vitória de Temer ainda está por vir

Marcela e Michel Temer. (Foto Lula Marques/AGPT)
Marcela e Michel Temer. (Foto Lula Marques/AGPT)

O presidente Michel Temer (PMDB) é um político que acumulou enormes vitórias. A mais importante foi atuar em conjunto com vários partidários e expulsar Dilma Roussef da presidência? Talvez, até hoje. No entanto, a próxima batalha dará a ele a oportunidade de conquistar o troféu jamais disputado por outro político: Denunciado, será levado ao banco dos réus? A próxima guerra é sempre a mais importante.

Não há nenhum indício de que o chefe do Executivo terá uma derrota na Câmara dos Deputados na votação da aceitabilidade da denúncia por corrupção passiva feita pelo procurador da República, Rodrigo Janot (LEIA TAMBÉM: Temer 7 x 1 Janot – Por Marcos Cipriano). A base de apoio a Temer – PMDB, PSDB, PSD e aliados – tem mais do que o necessário de votos para rejeitar a denúncia contra o peemedebista-chefe.

Temer foi além de uma defesa jurídica, desde que a denúncia foi divulgada pela PGR, com os ataques diretos ao procurador Rodrigo Janot e muitas dúvidas sobre a atuação da instituição. As suspeitas lançadas sobre a negociação da delação premiada de Joesley Batista, da J&F, com a participação de um ex-procurador, envolvendo milhões de reais, foi a jogada de mestre para embasar a construção de argumentos. Na área penas, lançar dúvidas é uma estratégia das mais corriqueiras e que pode provocar melhor resultado, dizem especialistas. Afinal, na dúvida, pró-réu.

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Curiosamente, o presidente afirma que a denúncia não tem provas, do mesmo modo que Dilma Roussef falava de crime sem responsabilidade e sem consistência. Não há como relacionar a condição política dos dois, pois, fundamentalmente, Temer tem o que a afastada não tem: apoio político consistente tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado. Ela, não tinha condições de sobrevivência política no governo. Ele, ao contrário, tem tudo na mão. Inclusive, a caneta que administra o orçamento do Governo Federal durante um período que o equilíbrio das contas e da economia é melhor do que no passado ( Apesar de não ter chegado ao nível ideal, ainda).

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Na política, como na física, ação gera reação. Tudo que bate, volta. A ousada tacada do presidente Temer contra a Procuradoria Geral da República terá a devida reação por parte de Rodrigo Janot. Afinal, ele continuará no cargo até setembro e as munições contra o presidente Temer estarão prontas para ser usadas. A tensão ainda não foi elevada ao seu mais alto grau. Muito pelo contrário, Temer que se cuide.

A maior batalha do presidente pode ser sido a conquista do mandato com o afastamento de Dilma Roussef, mas a mais importante será a manutenção do cargo que tem em mãos. O “Fora, Temer” vai ter que gritar muito para conseguir tirar o mandatário.

 


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