CRISE

Falta de repasse da Prefeitura causa colapso em maternidades de Goiânia

Dívida do Poder Público com maternidades ultrapassa os 43 milhões de reais
Maternidade Dona Iris: uma das afetadas pela falta de repasse (Foto: Divulgação)
Maternidade Dona Iris: uma das afetadas pela falta de repasse (Foto: Divulgação)

As três maternidades de Goiânia geridas pela Fundação de Apoio Hospital das Clínicas (Fundahc) correm risco de entrar em colapso após a Prefeitura de Goiânia atrasar por meses o repasse financeiro necessário para manutenção dos serviços. A quantia em aberto ultrapassa os 43 milhões de acordo com a Fundahc. 

Nem mesmo um repasse de 5 milhões feito nesta quarta-feira (13/09) foram suficientes para amenizar a situação. A quantia apenas pagou a folha salarial que no mesmo dia, com quase duas semanas em atraso, uma situação inédita, de acordo com a diretora executiva da Fundahc, Lucilene Maria de Souza em entrevista coletiva concedida ontem.

““Chegamos a uma situação caótica. Somente hoje [entrevista concedida na quarta-feira, dia 13] foi feito o pagamento dos salários dos colaboradores. O pagamento é sempre feito no quinto dia útil do mês. Temos férias e outros direitos trabalhistas em atraso. Há também fornecedores em atraso”, destacou.

A Fundahc é responsável pela gestão das três maternidades públicas de Goiânia. a Hospital e Maternidade Dona Iris (HMDI), no Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara (HMMCC) e a Maternidade Nascer Cidadão (MNC). Com acordos não cumpridos, a situação das maternidades agrava-se gradativamente. 

“Em 2023, não houve o repasse previsto em convênio para os serviços prestados em julho e agosto, que somam R$ 40.590.443,80. Referente à competência de maio, que deveria ser paga em junho, ainda falta receber R$ 2.722,458,45. Assim, o valor total em aberto só para este ano é de R$43.312.902,20”, conta a Diretora Executiva da Fundahc.

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Ela alerta que serviços essenciais oferecidos pelas maternidades podem parar de serem ofertados já na próxima segunda-feira (18), como procedimentos eletivos como consultas, cirurgias de mama, laqueadura e períneo, colocação de DIU e exames.

O que diz a Secretária de Saúde de Goiânia? A pasta pontua que foram realizados mais de R$ 138 milhões de reais em repasses para a Fundação apenas em 2023 e que não recebe recursos suficientes do Ministério da Saúde para custeio dessas unidades. “A SMS informa que trabalha permanentemente para oferecer serviço de qualidade nas maternidades, e está em diálogo negociando os débitos contratuais para que não ocorra interrupção de nenhum atendimento”, diz por meio de nota.


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