Os atos terroristas que assustaram Brasília no dia 8 de janeiro continuam reverberando no Governo Federal. Neste sábado (21/01), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tomou uma decisão radical e trocou o Comando do Exército com objetivo de dar novo tom ao relacionamento com as Forças Armadas. Saí o general Júlio César de Arruda, designado em dezembro para o cargo e entra o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, que esta semana fez defesa intransigente do regime democrático e da urna eletrônica.
A relação de Lula com o Comando das Forças Armadas ainda não é dos melhores e o petista já havia dado sinais que a confiança estava abalada. No anúncio deste sábado (21), o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro (PTB), destacou que o relacionamento havia passado por uma ‘fratura’, especialmente após o dia 8 de janeiro. Havia também indicativo que Arruda demorou a tomar posição em torno do Exército quanto aos acampamentos antidemocráticos que se alastraram pelo país desde outubro de 2022.
“As relações, principalmente no Comando do Exército, sofreram uma fratura num nível de confiança e achávamos que precisávamos estancar isso logo de início para superar esse episódio. Queria apresentar o substituto, general Tomás, que a partir de hoje é o novo comandante”, afirmou José Múcio Monteiro. “Hoje, nós estamos investindo mais uma vez na aproximação das nossas Forças Armadas com o governo do presidente Lula”, destacou.
O comunicado de troca de comando foi feito depois de uma reunião que contou com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do ministro da Defesa, do novo comandante do Exército e do ministro da Casa Civil, Rui Pimenta. Em seguida, Lula postou no Twitter uma foto com o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva e desejou “um bom trabalho ao general”.
A troca vem num momento em que um discurso do novo comandante ter viralizado. Na última quarta-feira (18), Tomás Paiva fez uma defesa contundente ao resultado das urnas e à democracia.
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“Vamos continuar íntegros, coesos, respeitosos e garantir a nossa democracia. Porque a democracia pressupõe liberdades, garantias individuais, políticas, públicas e também é o regime do povo. Alternância de poder é o voto. Essa é a mensagem que eu tenho a trazer para vocês”, destacou dizendo que o país passa por um turbilhão e tsunami de desinformação, defendendo a “boa informação” para combater as fake news.
O novo comandante do Exército estava à frente do Comando Militar do Sudeste. Desde 1975 na carreira militar, ele já comandou tropas na missão do Haiti e na pacificação do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, além de ter sido assessor militar do Brasil junto ao Exército do Equador.
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