Ao menos 14 pessoas ficaram soterradas nos municípios de Angra dos Reis e Paraty, no litoral sul fluminense, por conta de deslizamentos de terra provocados por fortes temporais.
Os desabamentos atingiram ao menos quatro casas no bairro Monsuaba, em Angra dos Reis. Cinco pessoas foram resgatadas com vida por agentes da Defesa Civil, mas ainda há 11 desaparecidos, de acordo com relatos de parentes, informou a prefeitura de Angra, em nota divulgada neste sábado, 2.
O Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro informou ter sido acionado também em socorro a vítimas de outros dois deslizamentos na região da Costa Verde. Um deles ocorreu em Praia Vermelha, na Ilha Grande, onde três pessoas teriam sido soterradas. Outro deslizamento foi registrado em Ponta Negra, em Paraty, ainda sem precisão sobre a quantidade de vítimas debaixo dos escombros.
Segundo a prefeitura de Angra dos Reis, o município registrou um volume recorde de chuvas nas últimas 48 horas: quase 700 milímetros no continente e 600 milímetros na Ilha Grande. Todas as 28 sirenes do sistema de alerta em áreas de risco soaram durante a madrugada deste sábado. Moradores são orientados a permanecerem em casa e saírem apenas em caso de alerta de risco de deslizamento ou alagamento. Pelo menos 13 pessoas ficaram desalojadas e precisaram ser acolhidas em abrigos montados pela prefeitura.
Houve deslizamentos de encostas em vários pontos do município, que interromperam a circulação de diferentes linhas de ônibus.
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Rodovia Rio-Santos
A Polícia Rodoviária Federal informou que a Rodovia Rio-Santos, BR-101, amanheceu neste sábado ainda sob chuva intensa, com vários pontos de interdição ao tráfego, parcial e total, devido aos deslizamentos e alagamentos.
O trânsito foi totalmente interrompido em pelo menos oito trechos da BR-101, entre os quilômetros 446 e 599. Em Angra dos Reis, havia dois pontos de interdição por queda de árvore e barreira. Em Paraty, o trânsito também estava parcialmente interrompido à altura do quilômetro 529. Em Mangaratiba, havia quatro pontos de interdição, três deles por quedas de árvores e um por deslizamento de terra. A PRF informou que havia ainda diversos outros pontos de interdição parcial ainda não mapeados “devido à impossibilidade de acesso”.
Capital e região metropolitana
A região metropolitana do Rio de Janeiro também foi fortemente atingida por alagamentos, como Belford Roxo e Mesquita, onde um homem de cerca de 35 anos morreu. Em Nova Iguaçu, a prefeitura chegou a decretar estágio de alerta máximo, quando há risco muito alto de enxurradas, inundações e deslizamentos por causa dos temporais. A Defesa Civil de Nova Iguaçu informou na manhã deste sábado ter atendido cerca de 50 ocorrências relacionadas às chuvas. O Hospital geral de Nova Iguaçu foi atingido por infiltrações em dois Centros de Terapia Intensiva. Os alagamentos forçaram a transferência de 13 pacientes de uma das alas para os setores de pós-operatório.
A Rodovia Presidente Dutra chegou a ser parcialmente interditada nesta madrugada, na altura de Nova Iguaçu, no quilômetro 185, devido à queda de uma árvore, informou a Polícia Rodoviária Federal.
Na capital fluminense, o Centro de Operações da Prefeitura do Rio de Janeiro informou na manhã deste sábado que o município entrou em estágio de atenção, devido à previsão de chuva moderada e ao volume relevante de ocorrências provocadas pelos temporais desta sexta-feira, 1. A cidade esteve sob estágio de alerta a partir de 18h15 desta sexta-feira, 1, quando houve alagamentos em diferentes bairros da cidade.
Situação muito difícil, diz prefeito do Rio
“Quem está em área de encosta e área de risco, que respeite os protocolos da Defesa Civil. Nós temos o solo muito encharcado, então às vezes uma pequena pancada de chuva mais forte pode provocar algum tipo de deslizamento. E queria pedir que as pessoas evitem grandes deslocamentos na cidade, sair se for muito necessário, até para que os órgãos públicos possam trabalhar com a maior agilidade possível”, declarou o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD/RJ).
A previsão para este sábado na capital fluminense é de chuva fraca e moderada, com rajadas de vento moderado a forte.
“Nós ainda temos áreas muito críticas da cidade, principalmente nesse momento na zona oeste da cidade, a partir de Jacarepaguá, passando pelas Vargens, Guaratiba, Sepetiba, Paciência. São bairros muito afetados pelas chuvas, porque você tem níveis de rios muito altos ainda, a maré alta. Isso tudo gera uma situação muito difícil”, disse Paes. (Estadão Conteúdo).
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