Em meio às discussões sobre exigir comprovante de vacinação para turistas estrangeiros, fechar algumas fronteiras ou mesmo retomar algumas medidas restritivas devido ao receio com a variante Ômicron, o presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar o isolamento social e fez uma defesa enfática da autonomia do médico, inclusive para receitar medicamentos que não tenham nenhum tipo de comprovação científica.
“O que eu recomendo é que as pessoas, que estejam vacinadas ou não, procurem seu médico”, disse Bolsonaro em entrevista na Escola Naval, no Rio.”O médico tem o direito de medicar mesmo sabendo que tem muita coisa sem comprovação científica.”
Para defender seu posicionamento, Bolsonaro usou mais uma vez um exemplo a respeito de supostas práticas utilizadas no passado. “Na Guerra do Pacífico o homem – o homem, porque a mulher não ia pra guerra naquele tempo – voltava ferido e não tinha sangue. O que fizeram naquele momento pra substituir o sangue? Água de coco na veia dos feridos. Se fosse esperar comprovação científica, dezenas, centenas, milhares teriam morrido”, disse.
Mais uma vez, ele defendeu o uso da cloroquina. “Tomei hidroxicloroquina, e se me contaminar de novo, tomo outra vez”, afirmou Bolsonaro.
O presidente ainda se defendeu das críticas a respeito da demora para iniciar a vacinação no Brasil. “É porque o senhor Omar Aziz, o irmão do Renan Calheiros, Renildo Calheiros, e o relator de uma MP na época, o senador Randolfe Rodrigues, queriam que qualquer prefeito ou governador pudesse comprar vacina sem certificação da Anvisa e sem licitação. Se roubaram tanto, como vem comprovando a CPI lá no estado do Rio Grande do Norte, imagina o que poderia acontecer. E gastaram dinheiro em vacina que não foi reconhecida pela Anvisa.”
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Bolsonaro disse ainda que “a Ômicron já está no Brasil” e que é preciso enfrentá-la. O presidente declarou que, se dependesse dele, a única exigência que seria feita para viajantes seria por testes PCR. E ele criticou governadores que sugerem novo fechamento de espaços. “São ditadores que acham que são donos daquele espaço. Não é assim”. (Por Marcio Dolzan – Estadão Conteúdo).
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