O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão que combate lavagem de dinheiro, divulgou que o ex-presidente Jair Bolsonaro investiu R$ 17 milhões de reais em renda fixa. O valor é próximo dos milhões em doações recebidos por ele em operações de Pix ao longo do primeiro semestre, principalmente após campanha de apoiadores para que ajudassem o ex-mandatário.
As informações, divulgadas pelo Globo, ainda mostraram que o aporte milionário se deu em títulos de Certificado de Depósito Bancário (CDB) e RDB (Recibo de Depósito Bancário), duas das principais modalidades de investimentos de renda fixa. Ou seja, que podem render milhares, ou até milhão, para Bolsonaro.
Apesar dos milhões recebidos, o ex-presidente ainda não quitou quase R$ 1 milhão em multas aplicadas pelo estado de São Paulo por descumprimento de normas sanitárias estabelecidas pela pandemia da Covid-19, em 2021. São cinco os processos movidos contra Bolsonaro, que resultaram em um bloqueio de R$ 164 mil nas suas contas.
Além disso, ainda conforme O Globo, já foram executados os bloqueios de R$ 88.938,96 e de R$ 75.921,42. Três ações instauradas também pediram que Bolsonaro pagasse R$ 370.008,00, R$ 55.501,20 e R$ 77.427,60 ao Estado de São Paulo. Por fim, há também um processo pedindo que o ex-presidente quite R$ 57.042,90 e outro que cobra o pagamento de R$ 376.860,00.
Em nota, a defesa de Bolsonaro afirmou que os milhões depositados têm origem “lícita” e chamou de “inaceitável e criminosa violação de sigilo bancário”.
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“A ampla publicização nos veículos de imprensa de tais informações consiste em insólita, inaceitável e criminosa violação de sigilo bancário, espécie, da qual é gênero, o direito à intimidade, protegido pela Constituição Federal no capítulo das garantias individuais do cidadão. Para que não se levantem suspeitas levianas e infundadas sobre a origem dos valores divulgados, a defesa informa que estes são provenientes de milhares de doações efetuadas via Pix por seus apoiadores, tendo, portanto, origem absolutamente lícita”, diz o texto, assinado pelos advogados Paulo da Cunha Bueno, Daniel Tesser e Fábio Wajngarten, ex-ministro de Bolsonaro, e publicado pelo Globo.