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Ao escolher novo ministro da Saúde, Bolsonaro mostra mais preocupação com a cloroquina e as eleições em 2022, revela reportagem

Bolsonaro anuncia novo ministro da Saúde

O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) parece estar mais preocupado com uma possível reeleição em 2022 do que na pandemia do novo coronavírus que já ceifou quase 280 mil vidas perdidas. De acordo com o Poder 360 apurou, na reunião em que teve com a médica Ludhmila Hajjar ele soltou uma pergunta que mistura deboche, franqueza e rispidez: ““Você não vai fazer lockdown no Nordeste para me foder e eu depois perder a eleição, né?”

Acontece que Hajjar é favorável à medidas restritivas à atividades consideradas não essenciais e explicou que tais atitudes deveriam ser tomadas em situações extremas, em locais em que o número de contaminados e de mortes forçassem esse tipo de atitude. Na conversa, presenciada pelo futuro ex-ministro Eduardo Pazuello, o general expôs dados divergentes que os governadores tem apresentado com relação aos leitos de UTI. Para ele, os mandatários estaduais estão mentindo acerca das estatísticas de ocupação. Segundo a reportagem, Ludhmila “expressou descrença” com o que o ministro havia lhe mostrado.

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Antes, Hajjar também entrou em controvérsia direta com Bolsonaro. O presidente quis saber qual era sua opinião com relação à hidroxicloroquina. Ludhmila disse que esse era um assunto que devia ficar no passado. Era necessário pensar no futuro. Houve divergência nesse assunto.

A reportagem foi publicada horas depois da cardiologista anunciar oficialmente que não ocuparia o cargo. Em entrevista à CNN Brasil, ela se limitou a dizer que o que afastou ela do cargo foram “motivos técnicos”. “Fiquei muito honrada pelo convite do presidente [Jair] Bolsonaro, tivemos dois dias de conversas, mas infelizmente acho que esse não é o momento para que eu assuma a pasta do Ministério da Saúde por alguns motivos, principalmente por motivos técnicos”, completou.

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No fim das contas, Bolsonaro escolheu o também médico cardiologista Marcelo Queiroga. Ele é presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia. “Tem tudo para fazer um bom trabalho dando prosseguimento em tudo que o Pazuello fez até hoje no tocante às vacinas. Um programa bastante ousado, mais de 400 milhões de doses contratadas até o final do ano. Esse mês vamos receber mais de 4 milhões de vacinas e essa política de vacinação em massa continuará no nosso governo”, destacou ao fazer o anuncio do sucessor do general.

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Domingos Ketelbey: